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Chefe da Mercedes diz que F-1 está se autossabotando e pede fim de críticas

Toto Wolff, diretor-executivo da Mercedes - Maxim Shemetov/Reuters
Toto Wolff, diretor-executivo da Mercedes Imagem: Maxim Shemetov/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

10/07/2019 12h00

O chefe da Mercedes, Toto Wolff, aproveitou o contraste entre as duas últimas etapas da Fórmula 1 para pedir que os próprios membros do esporte parem de se sabotar. Isso porque uma chuva de críticas partiu de dentro da própria categoria após a vitória fácil de Lewis Hamilton em um pouco movimentado GP da França. Uma semana depois, contudo, em uma prova indefinida até as voltas finais, Max Verstappen, da Red Bull, fez seis ultrapassagens e venceu uma disputa na pista com Charles Leclerc, da Ferrari.

"Acho que todos que fizeram as piores críticas deveriam lembrar [da corrida da Áustria] na próxima vez que reclamarem. Não podemos fazer igual o Ratner", disse o austríaco, referindo-se a Gerald Ratner, diretor-executivo da empresa que levava seu sobrenome e que criticou a qualidade das joias que fabricava, causando queda nas ações. "Acho que devemos abaixar a cabeça, ver uma corrida após a outra, e perceber que o esporte está mais do que vivo. Foi espetacular, com casa cheia, controvérsia na pista e disputas fantásticas."

Líder do campeonato, Hamilton seguiu na mesma linha do chefe. "Acho que a corrida da Áustria mostra que não podemos focar só em um final de semana e reclamar. Uma corrida não é boa e todo mundo fala que 'a F-1 está chata'. Daí você tem uma corrida assim e tudo mundo diz 'ah, que emocionante!'. Então decidam-se e relaxem."

As críticas na França surgiram não apenas devido à falta de ação da corrida de Paul Ricard em si, mas também pelo fato daquela ter sido a oitava vitória da Mercedes em oito provas disputadas no ano. Entretanto, Wolff apontou que circuitos diferentes têm apresentados cenários distintos e, muitas vezes, os competidores estão mais próximos do que os resultados indicam.

"As pessoas criticaram o fato de a Mercedes estar com muita vantagem. Acho que, na Áustria, vimos um cenário diferente e veremos nas próximas provas se os rivais diminuíram ou não a diferença."

Wolff acredita, por exemplo, que a "Ferrari teve muito azar em três oportunidades", referindo-se à falha no motor de Charles Leclerc quando o monegasco dominava a prova do Bahrein, à punição sofrida por Sebastian Vettel quando ele também liderava, no Canadá, e à corrida da Áustria, em que Leclerc estava em primeiro até duas voltas para o fim. Outra oportunidade em que a Scuderia poderia ter vencido foi em Mônaco, quando novamente Leclerc tinha sido o mais rápido no treino que antecedeu a classificação, mas não passou da primeira fase da definição do grid devido a um erro do time.

Por outro lado, na corrida deste final de semana, em Silverstone, na Inglaterra, Wolff acredita que a Mercedes voltará a estar na frente. Na Áustria, o time sofreu com as altas temperaturas. Porém, os termômetros não devem passar dos 22ºC na corrida deste domingo e o traçado de Silverstone também favorece o time prateado. "Acho que a potência [da Ferrari] não fará tanta diferença nas curvas de alta. Então acho que Silverstone será melhor para nós. Pode não ser tão boa quanto Paul Ricard, mas muito melhor que a Áustria."

Hamilton chega a Silverstone com 31 pontos de vantagem para o companheiro Valtteri Bottas.

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