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Boa fase de Verstappen deixa Honda perto de renovar com a Red Bull

Max Verstappen, da Red Bull Racing, durante o GP de Mônaco - Andrej Isakovic/AFP
Max Verstappen, da Red Bull Racing, durante o GP de Mônaco Imagem: Andrej Isakovic/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

07/08/2019 04h00

Não é exagero dizer que as últimas quatro corridas da F-1 se tornaram históricas para a presença da Honda na Fórmula 1. Tudo começou com a vitória de Max Verstappen no dia 30 de junho, justamente quando o vice-presidente da montadora japonesa, Seiji Kuraishi, tinha viajado até o interior da Áustria para se reunir pessoalmente com a cúpula da Red Bull no circuito que é de propriedade da empresa de energéticos.

Kuraishi nunca viu com bons olhos o alto investimento na Fórmula 1 e estava preocupado, assim como os acionistas, com o andamento das negociações para as novas regras da categoria, que vão estrear em 2021. Afinal, a Honda apostava em mudanças importantes nos motores para conseguir tirar o que faltava da diferença para as demais fornecedoras, cuja experiência com os V6 turbo híbridos é maior. Mas, com a demora para se encontrar um caminho que agradasse a todos, a revelação que era esperada ficou para trás, e a Honda passou a considerar seriamente deixar a categoria ao final de 2020.

Isso porque, sem uma revolução, a experiência dos rivais continuaria contando a seu favor, e havia o temor de que o investimento da Honda, que aumentou muito desde que os japoneses perceberam que subestimaram o desafio de voltar à F-1 do zero, jamais seria recuperado com vitórias e títulos.

Mas Max Verstappen venceu o GP da Áustria por puro ritmo, em um circuito no qual a eficiência do motor em altitude é testada e em uma tarde de muito calor, o que atingiu em cheio os rivais. A vitória mostrou que o motor Honda tinha, sim, qualidades que os outros não tinham, de eficiência, resfriamento e tamanho. "Dias como esse vão ajudar, com certeza, pois mostram que o motor está convergindo com os outros mesmo com as regras estáveis", destacou o chefe da Red Bull, Christian Horner, após a vitória da Áustria.

E os tais dias como aquele se repetiram: três semanas depois, na Alemanha, Verstappen ganhou de novo, desta vez na Alemanha, sob chuva e mostrando outro ponto forte do motor Honda: a dirigibilidade. E, no último final de semana, o holandês esteve próximo de vencer de novo, sendo ultrapassado por Lewis Hamilton nas voltas finais.

Porém mais importante do que isso foi a pole position. Isso porque a grande defasagem da Honda para os rivais vinha sendo o que foi apelidado na F-1 de "modo festa", ou seja, a configuração mais agressiva do motor, que os pilotos usam por uma volta na classificação. E, na Hungria, Verstappen, de Honda, ganhou na reta das Mercedes para fazer a pole.

Com esses resultados, paira na lembrança dos japoneses o fim do projeto da equipe Honda, em 2008, quando foi gasto um caminhão de dinheiro para o ano seguinte, mas mesmo assim a montadora decidiu sair da categoria. E o carro projetado pela equipe se tornou o Brawn GP, que ganhou o campeonato com folga.

Assim, apesar do contrato ainda não estar fechado, é dada como certa a permanência da Honda na F-1 além de 2020, algo fundamental para a Red Bull tentar que o próprio Verstappen renove seu contrato, que também acaba no final do ano que vem.

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