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Narrador de TV faz balada para transmissão vip do Super Bowl com cheerleaders e hot dog

Narrador Ivan Zimermann organiza festa em São Paulo em que narrará o Super Bowl - REUTERS/Paul Hackett, Reprodução e  REUTERS/Darren Hauck
Narrador Ivan Zimermann organiza festa em São Paulo em que narrará o Super Bowl Imagem: REUTERS/Paul Hackett, Reprodução e REUTERS/Darren Hauck

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

31/01/2012 06h00

O fã brasileiro de futebol americano ganhou uma alternativa para acompanhar o Super Bowl do próximo domingo entre New York Giants e New England Patriots, mesmo a milhares de quilômetros de distância do Lucas Oil Stadium. Uma balada em São Paulo organizada pelo narrador Ivan Zimermann vai reunir cheerleaders, hambúrgueres e música americana. Os lances de Tom Brady e Eli Manning serão vistos só pela TV, mas pelo menos ninguém na festa enfrentará a temperatura severa do inverno de Indianapolis.

Esta é a segunda edição do Super Bowl Party, mas a primeira em que Zimermann atuará como uma espécie de narrador vip. No ano passado, em um bar de Moema, o profissional do BandSports animou a festa de longe, desde a sede do canal de TV fechada. No entanto, em 2012 o veterano dos esportes americanos gastará a voz de um estúdio montado bem no meio da balada, diante do público. Ele terá a companhia do comentarista Danilo Muller, técnico da seleção brasileira e responsável por blog sobre a modalidade no UOL Esporte.

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"Vai ter cheerleaders profissionais contratadas, sorteio de ingressos para a temporada regular do ano que vem, sorteio de camisas do Corinthians Steamrollers, atual campeão brasileiro. Vai ter também comida americana, com hambúrguer, cachorro quente e aquelas chicken wings [asas de frango] que eles adoram", conta Ivan.

Em 2011, a balada contou com cerca de 250 pessoas, com gente ficando de fora do bar. Agora, em um local maior na Barra Funda, a expectativa é de que pelo menos 400 fãs da NFL celebrem a data mais importante do ano no futebol americano, com narração exclusiva.

SEM NFL NA TV, ZIMERMANN É "PERSEGUIDO" POR FÃS

Ivan Zimermann construiu sua história no esporte na televisão em trajetória sempre ligada às modalidades populares dos Estados Unidos. Neste país, o narrador atuou por 12 anos como um dos nomes da versão brasileira da ESPN internacional. Depois de 2004, de volta ao Brasil, passou a acompanhar a NFL pelo microfone do BandSports.

INFORMAÇÕES DA BALADA

SUPER BOWL PARTY
Data: domingo, 05 de fevereiro
Horário: início às 19h (horário de Brasília)
Local: Via Marques Eventos
Endereço: Avenida Marquês de São Vicente, 1589 - Barra Funda - São Paulo
Preço: ingresso + open bar - R$ 150,00
Mais informações: 11 5241-1179 - superbowl@ivanbanban.com.br - http://www.ivanbanban.com.br/

No entanto, a liga passou a partir desta temporada a ter direitos de transmissão no Brasil exclusivos dos canais ESPN (com exceção do Esporte Interativo, que conta com os direitos para o Super Bowl). Por isso, pela primeira vez em muitos anos Ivan Zimermann ficou de fora das narrações do futebol americano. A ausência do criador de bordões como "fogo na bomba" e "rasteja, verme" provocou agitação em sua legião de fãs. 

"Pessoal, é muito Twitter, muito Facebook, e-mail, torpedo. Gente que tem meu telefone, nem sei como. Me escrevem dizendo que estão com saudade do 'fogo na bomba'. Solta um aí, Ivan, eles dizem. A rotina de acompanhar a NFL não mudou. De repente vem tal jogo no domingo e penso: 'poxa, queria narrar esse jogo aí, vai ser o bicho'. Mas é a profissão", afirmou o organizador do Super Bowl Party.

Catarinense radicado em São Paulo, Zimermann passou quase duas décadas nos Estados Unidos fazendo um pouco de tudo. Foi motorista de limusine (teve até Eric Clapton entre os clientes) e atuou como produtor da TV Manchete, na equipe do repórter Luiz Carlos Azenha. Somente em 1992 chegou ao esporte, após passar em um teste de cabine na sede da ESPN de lá.

O narrador diz ter moldado seu perfil de condutor de transmissões esportivas mesclando o improviso brasileiro com alguns elementos da escola dos EUA. "A americana dá de 100 a 0 na brasileira em matéria de produção. Aí o empate vem logo na sequência, com a brasileira dando de 100 a 0 na improvisação. Prorrogation! É isso. O americano é tão bom para fazer um evento, tão perfeito. O brasileiro já conta que tudo vai dar errado e tem que se virar, meu irmão", diz.

Especialista em esportes americanos, o anfitrião da festa de domingo em São Paulo espera uma final acirrada, em projeção diferente do encontro entre os mesmos Giants e Patriots na final quatro anos atrás.

"É um jogo totalmente diferente da final de 2008, quando os Giants ganharam dos Patriots. Não tem nada a ver. Os Patriots eram favoritos, tipo 9 por 1 nas apostas. Estavam invictos. O time estava todo encaixado, tudo funcionado. Aí o Brady casa com a Gisele, aí é MVP da temporada, ganha um, dois Super Bowls. Era príncipe, intocável. Mas perdeu. Aquilo foi uma zebra, foi um Maracanazo", comenta o narrador, em menção ao fracasso do Brasil na Copa de 1950.

"Esse ano, não. As duas equipes têm chances iguais. Quem cometer menos erros, ganha o jogo. Se agarre na posse de bola com unhas e dentes, não cometa fumble [lance de perda da posse quando a bola vai ao chão], não permita interceptação de passe", emenda.