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Astro do futebol americano universitário assume ser gay e sonha com a NFL

Do UOL, em São Paulo

10/02/2014 06h00

Atualmente considerado o maior jogador de defesa do futebol americano universitário, Michael Sam assumiu ser homossexual neste domingo e está perto de quebrar um tabu: ser o primeiro gay assumido a atuar na NFL, principal liga da modalidade. O jogador concedeu uma longa entrevista ao New York Times e para a ESPN dos Estados Unidos para falar sobre sua orientação sexual e a expectativa de se tornar um profissional no esporte.

Premiado como o defensor do ano pela Associated Press e nomeado para o All-American (melhores atletas dos EUA), Sam é um dos nomes mais cotados para o próximo draf da liga, que acontece em meados de maio. A situação rapidamente ganhou repercussão nos EUA e rapidamente uma questão foi levantada: será que algum time da NFL está pronto para contratar um jogador gay? 

Nas últimas semanas, olheiros da liga chegaram a questionar o agende do jogador se ele tinha namorada ou se já havia sido visto ao lado de uma garota. Assim, o atleta decidiu contar sua história ao público antes do Combine, principal evento para jogadores que pretendem ser draftados.

“Eu sei exatamente o tamanho da responsabilidade. Ninguém jamais fez isso e é um processo muito nervoso, mas eu sei o que eu quero ser: eu quero ser um jogador de futebol americano na NFL”, disse o atleta, que até o momento está entre um dos mais cotados para o próximo draft da liga.

“Eu quero ir para o time que me escolher. Quem me escolher sabendo que sou gay, também tem a certeza de que eu jogo bem e sou trabalhador. Esse é o time que quero jogar”.

Sam, que jogou o último torneio pela universidade de Missouri, decidiu abrir o coração há aproximadamente duas semanas, quando se sentiu à vontade para falar sobre sua sexualidade.

“Eu sabia desde cedo que sentia atração por garotos. Eu nunca tratei como uma fase. Eu nunca parei para pensar quantas pessoas já sabiam. Eu tinha medo de que as pessoas falassem ou vazassem algo a meu respeito. Eu quero a minha própria verdade. Ninguém deve contar a minha história além de mim”, afirmou.

No entanto, a situação não foi uma novidade para seus companheiros de time. Na última temporada, Sam decidiu se abrir para o elenco e, de acordo com o atleta, o caso foi tratado com extrema naturalidade.

“O treinador queria saber um pouco mais sobre nós. Eu usei a oportunidade para contar aos meus companheiros que eu era gay. A reação foi: ‘Michael Sam finalmente nos contou’”, disse.

Querido no elenco independente de sua orientação sexual, Sam acredita que pode ter o mesmo tratamento entre os profissionais e se baseia em sua própria história de vida para superar as adversidades que podem aparecer na NFL.

“Eu amadureci muito no passado. Vi meu irmão mais velho ser morto a tiros, não sabia que minha irmã morreu quando ela ainda era um bebê e eu nem tive a chance de conhece-la. Meus outros dois irmãos vão e voltam da prisão desde que eu estava na oitava série. Atualmente os dois estão presos. Dizer ao mundo que eu sou gay não é nada perto disso”, completou.