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NFL isenta jogador dos Chiefs acusado de agressão familiar; fãs criticam

Peter Aiken/Getty Images North America/AFP
Imagem: Peter Aiken/Getty Images North America/AFP

Do UOL, em São Paulo

19/07/2019 20h22

A NFL anunciou hoje que Tyreek Hill, wide receiver do Kansas City Chiefs desde 2016, não será suspenso de jogos após graves acusações - entre elas, a de agressão contra seu filho de três anos. O caso ganhou notoriedade em março, após um incidente doméstico no qual seu filho fraturou um braço.

Em abril, após uma audiência realizada pelo Departamento de Crianças de Famílias do Kansas, o garoto foi levado a um lar temporário, afastado do pai. Steve Howe, promotor do condado de Johnson, no Kansas, divulgou comunicado no dia 24 do mesmo mês para dizer que acreditava na possibilidade de um crime no caso, mas que as provas até então eram insuficientes.

No entanto, em 25 de abril, o site TMZ Sports divulgou uma gravação no qual Tyreek Hill ameaçava sua noiva, Crystal Espinal. Segundo autoridades que foram à casa do casal, o filho se machucou em um "incidente suspeito". "Você precisa ter pavor de mim, sua vagabunda", diz o atleta na gravação.

Diante do fato, uma investigação foi aberta. Em junho, exames apontaram que a fratura no braço do filho de Tyreek Hill foi causada por uma queda.

A NFL, por sua vez, afirmava ter a gravação completa para avaliar o caso. Entre outras afirmações no áudio, Tyreek Hill dizia que Crystal Espinal havia mentido em 2014 ao acusar o jogador de agredi-la.

Após meses de investigações, porém, a NFL anunciou hoje que Tyreek Hill não será esportivamente punido. Em comunicado, a liga, baseando-se principalmente no áudio, afirmou que nenhum de seus responsáveis pelo caso chegou à conclusão de que "o sr. Hill violou a Política de Conduta Pessoal".

No entanto, ainda segundo a NFL, "a informação relativa ao procedimento legal é confidencial e não foi compartilhada conosco". Desta forma, "caso mais informações estejam disponíveis", o jogador poderá ser suspenso no futuro.

"Na condução de nossa investigação, tomamos muito cuidado para garantirmos que não interferiríamos nos procedimentos do condado (de Johnson) ou comprometeríamos a privacidade ou o bem-estar da criança. A informação relativa ao procedimento legal é confidencial e não foi compartilhada conosco (...). As autoridades locais comunicaram publicamente que as provas disponíveis não permitem que se determine o que causou as lesões na criança", comunicou a NFL em nota.

"Assim, baseada nas evidências disponíveis atualmente, a NFL não pode concluir que o sr. Hill violou a Polícia de Conduta Pessoal. Desta maneira, ele poderá comparecer aos treinos em Kansas City e participar de todas as atividades da equipe. Ele está e continuará estando sujeito às condições oferecidas pela Justiça, pelo comissário (da NFL, Roger) Goodell e pelos Chiefs, incluindo avaliações clínicas e intervenções terapêuticas", acrescenta.

Dois pesos, duas medidas

Nas redes sociais, Tyreek Hill publicou hoje uma nota para comemorar o resultado e agradecer aos fãs pelo apoio. Além disso, negou novamente as acusações de agressão ao filho

"Os últimos meses têm sido difíceis para mim, especialmente como pai. As falsas alegações originalmente divulgadas em março foram bastante veiculadas e envolveram os cuidados de meu filho. Sou grato for muitas coisas e grato por muita gente que me apoiou durante este período desafiador. Respeito e aceito a decisão da NFL", escreveu.

A publicação, porém, recebeu respostas negativas de muitos seguidores. "Vá se f..., camarada. Você é um pedaço de m.... Devia ter vergonha de você", escreveu um. "Você é uma pessoa ruim", afirmou outro.

Na rede social, muita gente reclamou ainda da postura da NFL no caso em comparação ao de Josh Gordon. Em dezembro de 2018, o wide receiver do New England Patriots foi suspenso por período indeterminado por uso de substâncias ilícitas - no caso, maconha. Na ocasião, ele decidiu se afastar do esporte para se concentrar em sua saúde mental.