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Brasil tem dois jogadores na NFL, mas pode acabar sem nenhum em 2019

Cairo Santos em ação com a camisa 5 do Kansas City Chiefs em ação contra o Tampa Bay Buccaneers em novembro de 2016 - Jamie Squire/Getty Images/AFP
Cairo Santos em ação com a camisa 5 do Kansas City Chiefs em ação contra o Tampa Bay Buccaneers em novembro de 2016 Imagem: Jamie Squire/Getty Images/AFP

Lucas Tieppo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/08/2019 04h00

O fã brasileiro de futebol americano pode ter dois jogadores nascidos no país para torcer na temporada que se inicia no começo de setembro. Porém, pode acabar sem nenhum caso Cairo Santos e Durval Queiroz, o Duzão, não confirmem lugar nos elencos do Tampa Bay Buccaneers e Miami Dolphins, respectivamente, até o fim da fase de preparação.

Os dois times se enfrentam na segunda semana da pré-temporada nesta sexta-feira (16), em Tampa, e a expectativa é ver os dois em campo.

Na semana 1 da fase preparatória, Duzão não entrou em campo pelos Dolphins na vitória sobre o Atlanta Falcons. Já Cairo não chutou nenhum field goal e marcou apenas um extra point na derrota dos Buccaneers para o Pittsburgh Steelers.

A situação de Cairo parecia tranquila após a renovação de contrato com o time da Flórida, mas tudo mudou em abril deste ano, quando a franquia escolheu o novato Matt Gay na 145ª posição do Draft.

Não é comum times da NFL escolherem kickers no Draft. Para se ter uma ideia, apenas dois jogadores da posição foram selecionados. Além de Gay, Austin Seibert foi escolhido pelo Cleveland Browns na 170ª posição. O próprio Cairo não foi selecionado pelo Kansas City Chiefs antes de chegar à liga.

Ou seja, o brasileiro, que vai para a sua sexta temporada na NFL, terá que brigar pela posição de chutador no elenco dos Buccaneers. Raramente um time leva mais do que um kicker entre os 53 atletas que fecham o elenco da temporada.

Apesar de ser mais experiente que o concorrente, Cairo não terá privilégios na disputa. Os Bucs tem mais três jogos na pré-temporada - já enfrentou o Pittsburgh Steelers na última sexta-feira-, e quem mostrar desempenho superior leva a vaga.

"O melhor homem leva", resumiu de forma prática o técnico dos Buccaneers, Bruce Arians.

Cairo tem a seu favor os anos de experiência na liga e bons números durante a passagem pelo Kansas City Chiefs, quando teve mais de 80% de aproveitamento nos field goals, e pelo próprio Tampa Bay na temporada passada, com 75% de acertos. Em toda sua carreira na NFL, seu aproveitamento é de expressivos 83,2%.

O rival, no entanto, é mais novo e mais barato, fatores que geralmente são levados em conta pelas franquias.

Se para Cairo o cenário é duvidoso, Duzão tem situação ainda mais complexa pensando em um lugar no elenco do Miami Dolphins.

O jogador foi recrutado pelo time da Flórida após se destacar no programa internacional da NFL para desenvolvimento de atletas. Inicialmente, o brasileiro atuaria como jogador de defesa. Porém, tudo mudou no fim de julho.

A comissão técnica dos Dolphins entendeu que Duzão tem mais potencial como guard, protegendo o seu quarterback no time ofensivo, do que como interior defensive lineman (iDL), atacando o QB rival. Com isso, o brasileiro terá que se adaptar à nova função.

Assim, é improvável que ele tenha muitos minutos nos jogos de pré-temporada dos Dolphins, tornando mais difícil sua presença no elenco para a temporada 2019 da NFL. Mesmo assim, ele tem vaga assegurada no time de treinos da franquia.

Relembre: Em abril, Durval Queiroz assinou com o Miami Dolphins

Band Sports