"Olé" comemora papa argentino e faz comparações com Maradona e Messi

"La mano de Dios". Com essa manchete, o jornal esportivo Olé, da Argentina, comemorou a eleição de Jorge Mario Bergoglio como novo papa da Igreja Católica, nesta terça-feira.

Segundo o diário, o papa Francisco I, como Bergoglio será conhecido a partir de hoje, é a mais nova santidade argentina, ao lado de Maradona e Messi.

Ainda de acordo com o Olé, Sua Santidade torce para o San Lorenzo, tradicional clube de seu país e um dos grandes rivais dos gigantes Boca Juniors e River Plate. O time também é conhecido por ser o único entre os cinco grandes argentinos que nunca conquistou a Libertadores.

O San Lorenzo, inclusive, foi fundado por um padre, que apoiava boleiros a jogarem nos jardins de uma igreja de Almagro, um dos maiores bairros de Buenos Aires, desde que eles participassem da missa de domingo.

Em 2008, quando os cuervos, como o San Lorenzo é conhecido, comemoraram seu centenário, Jorge Mario Bergoglio recebeu camisa do clube e um carnê de sócio como presente, além de ter rezado a missa de aniversário.

Ele se tornou torcedor da equipe de Almagro seguindo a paixão de seu pai, que jogava basquete pelo clube.

Torcer pelo San Lorenzo, no entanto, vem sendo um martírio. O clube escapou do rebaixamento por pouco nas últimas temporadas do Campeonato Argentino e está atolado em dívidas.

Quem sabe a eleição de Bergoglio não seja o milagre esperado pelo clube para ressurgir no futebol.

QUEM É FRANCISCO 1º?

Arcebispo de Buenos Aires, Francisco I é o primeiro papa latino-americano da história. O sucessor de Bento 16 teve ao menos 77 votos dos 115 cardeais de todo o mundo que participam do conclave desde terça, no Vaticano.

Na Argentina, Bergoglio é conhecido pelo conservadorismo e pela batalha contra o kirchnerismo. O prelado também é reconhecido por ser um intenso defensor da ajuda aos pobres. O argentino costuma apoiar programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado.

Bergoglio é considerado um ortodoxo conservador em assuntos relacionados à sexualidade, se opondo firmemente contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o uso de métodos contraceptivos.

Em 2010, entrou em controvérsia pública com a presidente Cristina Kirchener ao afirmar que a adoção feita por casais gays provoca discriminação contra as crianças.

Em seu primeiro discurso, feito logo após o anúncio de seu nome, Francisco 1º agredeceu ao acolhimento da comunidade de Roma e, também lembrou do papa emérito Bento 16, seu antecessor.

Ele bateu outros cardeais considerados favoritos, como o italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer.