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Clássico Ba-Vi tem briga generalizada, nove expulsos e final antecipado

Do UOL, em São Paulo

18/02/2018 17h34

Antes de começar o clássico entre Bahia e Vitória, neste domingo (18), o jogo foi chamado de "Ba-Vi" da Paz, para promover um clima pacífico em campo e fora dele. Porém, quando a bola rolou, sobraram confusões, agressões e expulsões.

A partida foi encerrada antecipadamente porque o Vitória ficou com apenas seis jogadores em campo, e um time precisa ter ao menos sete para continuar jogando. Kanu, Rhayner, Denilson, Uillian Correia e Bruno Bispo, do Vitória, levaram cartão vermelho. No Bahia os expulsos foram Lucas Fonseca, Vinícius, Rodrigo Becão e Edson, sendo que os dois últimos estavam no banco de reservas. O placar final da partida, que acabou aos 32min do 2º tempo, foi 1 a 1, mas o Bahia será declarado vencedor, por ordem do regulamento.

Denilson abriu o placar para o Vitória no 1º tempo. A briga começou quando Vinicius, do Bahia, fez o gol do empate, no 2º tempo. Ele cobrou pênalti com sucesso e fez uma dança de "créu" na comemoração, perto da torcida rubro-negra, o que irritou os jogadores do Vitória. Então começou a briga generalizada, que fez a partida ser paralisada por 16 minutos.

O primeiro a reclamar com Vinícius foi o goleiro Fernando Miguel, que puxou a camisa do meio-campista e esbravejou. Depois chegaram outros jogadores do Vitória para fazer o mesmo. Quando os atletas do Bahia foram se envolver na confusão, começaram as trocas de socos, chutes e empurrões. O zagueiro Kanu acertou um soco em cheio em Vinícius.

Depois da briga, a partida foi reiniciada, mas durou pouco. Primeiro Uillian Correia foi expulso por fazer falta dura em Zé Rafael. Depois, Bruno Bispo também foi expulso por chutar a bola para longe e retardar uma cobrança de falta.

No Twitter o Bahia reclamou da expulsão de Vinícius e alegou que o Vitória provocou as últimas duas expulsões para causar o fim da partida.

Quando a bola parou, um jogador do Vitória atravessou o campo para conversar com Vágner Mancini. Depois, na frente do árbitro, Bruno Bispo chutou a bola para longe, forçando que o juiz lhe mostrasse o segundo amarelo e consequentemente o vermelho.

O técnico Vágner Macnini negou que tenha orientado seus atletas a forçarem a última expulsão para encerrar a partida. Ele culpou Vinicius pela começo da confusão. “Quem causou a briga foi o jogador Bahia”, disse o técnico rubro-negro. “Ao longo da semana, o atleta soltou um monte de coisa nas redes sociais, aí foi vibrar na frente da torcida do Vitória, sendo que a torcida do Bahia está no estádio. Por que ele foi vibrar com a torcida do Vitória?”

Os rubro-negros reclamam de uma postagem em que Vinicius faz chacota com o estádio Barradão. Mancini também disse que o atacante fez gestos obscenos à torcida do Vitória, o que não é possível ver nas imagens.

O goleiro rubro-negro Fernando Miguel, o primeiro tomar satisfação com Vinicius, pediu desculpas ao torcedor que foi ao Barradão.

Já o técnico Guto Ferreira, do Bahia, admitiu que seu atleta cometeu um erro ao celebrar seu gol perto da torcida rival, mas disse que a reação dos jogadores do Vitória foi desproporcional.

“Um erro não justifica o outro”, disse Guto. “Ele pode ter passado, mas caberia à arbitragem, à imprensa depois do jogo fazer qualquer análise e não tirar satisfação da maneira que foi por parte dos jogadores. Até porque ele não ofendeu nenhum jogador, ele comemorou simplesmente, como eles [Vitória] comemoraram quando fizeram o gol. Se for assim se proíba as comemorações do futebol. Existe alguém responsável no campo pra tomar as medidas, quem se desequilibrou foram eles.”

Com seis em campo, o Vitória não ficou apto a continuar e juiz encerrou o jogo. As duas torcidas comemoraram o resultado de 1 a 1.

Guilherme Bellintani, o presidente do Bahia, protestou contra a decisão do Vitória de forçar a última expulsão e encerrar o jogo. “É uma vergonha. Estou assombrado. Um técnico colocar em seu currículo isso de encerrar deliberadamente para não perder um jogo! Aonde vai o futebol baiano depois dessa?”

Depois de seis clássicos com torcida úncia, esse foi o primeiro Ba-Vi em que o Ministério Público permitiu que as duas torcidas fossem ao estádio.

Além da briga entre jogadores, também houve troca de agressões entre torcedores do Bahia na arquibancada do Estádio Barradão. E antes da partida, já tinha sido registrada uma briga generalizada, que resultou na prisão de 13 torcedores.