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Santos vive sina de campeões da Libertadores e vê ruir projeto 'quádrupla coroa'

João Henrique Marques

Em Santos (SP)

16/08/2011 07h00

O Santos sonhou alto, imaginou brigar pelo título do Brasileiro mesmo após conquistar a Libertadores, mas esbarrou em uma sina que ronda os campeões do torneio continental. Nenhum outro clube conseguiu conquistar as duas competições no mesmo ano, sendo que a maioria sofreu com campanhas fracas no nacional.

OS CAMPEÕES DA LIBERTADORES NO BR

AnoClubeColocação
1962Santos
1963Santos
1976Cruzeiro19º
1981Flamengo
1983Grêmio14º
1992São Paulo
1993São Paulo
1995Grêmio15º
1997Cruzeiro20º
1998Vasco10º
1999Palmeiras10º
2005São Paulo11º
2006Internacional
2010Internacional
2011Santos?

Somente o próprio Santos, por duas vezes, em 62 e 63, conseguiu conquistar a Libertadores e o campeonato nacional na mesma temporada. No entanto, desde a extinção da Taça Brasil e a criação do Campeonato Brasileiro, o feito jamais foi repetido nas 12 tentativas seguintes (ver quadro ao lado).

“O relaxamento depois da Libertadores é normal, só que não pode ser tão demorado. Estamos demorando muito para engrenar nossa equipe. Procuramos encontrar uma solução, mas não conseguimos”, disse o capitão santista, Edu Dracena.

A realidade do Santos neste momento é a mesma vivida por Cruzeiro, em 97, e São Paulo, em 2005, times que rondaram a zona de rebaixamento por muito tempo. Nenhuma equipe campeã da Liberadores foi rebaixada no mesmo ano no Brasileiro.

No reinício do Brasileiro pós-Libertadores, o objetivo santista era o de conquistar a ‘quádrupla coroa’ – time já foi campeão Paulista -. O Brasileiro e o Mundial eram vistos como possibilidades reais. Só que a luta agora é contra o rebaixamento.

“Está complicado motivar esse grupo. Quero acertar o time logo e chegarmos com confiança no fim do ano”, disse Muricy Ramalho, dando clara noção de que o foco já está voltado para o Mundial em dezembro, no Japão.


Após o término da Libertadores, o Santos já disputou dez partidas no Brasileiro. O retrospecto de três vitórias, um empate, e seis derrotas, com aproveitamento de apenas 33% dos pontos conquistados, é desanimador, e, apesar do histórico do mesmo problema em outros clubes, também intrigante.

“O futebol é inexplicável em alguns momentos, atingimos um nível de individualismo bem elevado há pouco tempo e agora caímos muito. Pode ser cansaço, desatenção. Precisamos detectar os problemas e reagir imediatamente”, destacou Rafael.