Distância da Libertadores faz Felipão se aproximar de novo fracasso no Palmeiras

Quando se apresentou no meio do ano passado, Felipão disse que 2010 seria um laboratório para o time forte que o Palmeiras montaria em 2011, quando poderia começar a ser cobrado pelos resultados.

A derrota para o Santos derrubou o Palmeiras para a nona posição e o técnico já fala em disputar a Copa Sul-Americana no ano que vem. Se o alviverde ficar mesmo fora da Libertadores, o planejamento de Felipão acumulará mais um fracasso.

Contratado por um salário de R$ 700 mil, o treinador tinha como missão dar um título ao clube ou ao menos classificar o Palmeiras para a Libertadores do ano que vem. Mesmo com a presença de um ídolo da torcida e com forte ascendência nos bastidores, o clube não superou os problemas dos últimos anos [falta de planejamento, contratações de jogadores sem expressão, brigas na diretoria] e caminha para mais um ano morno em sua história.

“Não tem a ver com história minha e a do clube, mas essa é a minha condição no momento e a dos atletas. Tem que enfrentar para ver se melhoramos”, afirmou o treinador, visivelmente resignado.

Além das derrotas, o técnico também precisou conviver com vexames à frente da equipe. Na eliminação para o Goiás na Sul-Americana, a equipe esmeraldina [já rebaixada no Brasileiro] venceu de virada em pleno Pacaembu. Neste ano, o Coritiba humilhou o Palmeiras por 6 a 0 na Copa do Brasil, enquanto o Vasco despachou o alviverde na Copa Sul-Americana com a equipe reserva. Tropeços inimagináveis para um treinador contratado com status de salvador da pátria para a torcida.

Felipão já conversa com a diretoria sobre o planejamento para o ano que vem. O técnico evita falar em reforços, mas avisa que já entregou uma lista com nomes de peso para o presidente Arnaldo Tirone. Enquanto isso, tenta motivar o grupo e fala em conquistar a vaga na Sul-Americana. Um fiasco comparado à pretensão de chegar à Libertadores.

“Temos de somar alguns pontos, continuar brigando por uma classificação na Sul-Americana. É o que nos resta, porque do jeito que estamos, dificilmente vamos ultrapassar três ou quatro concorrentes”, criticou.

Com contrato até o fim de 2012, Scolari já chegou a dizer que deixaria o clube se fosse solicitado pela diretoria. Os dirigentes recusaram a ideia e avisaram que contam com o técnico. Resta saber se no ano que vem ele conseguirá fazer as mudanças ou se colecionará mais um fiasco à frente do clube onde fez história em sua primeira passagem.