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Para proteger João Vítor, Palmeiras cria versões diferentes ao abafar caso de embriaguez

João Vítor, do Palmeiras, durante treino do time no CT da Barra Funda - Fabio Braga/Folhapress
João Vítor, do Palmeiras, durante treino do time no CT da Barra Funda Imagem: Fabio Braga/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

16/08/2012 06h00

O Palmeiras manterá a estratégia de abafar o caso de João Vítor, que chegou com sinais de embriaguez na Academia de Futebol na última segunda-feira antes de um treino. Na hora de responder às perguntas da imprensa, no entanto, os diferentes membros da diretoria e da comissão técnica mostraram que faltaram ao “ensaio” e criam diferentes versões sobre a polêmica.

O vice-presidente, Roberto Frizzo, por exemplo, bate cabeça ao falar da situação. Primeiro, ele afirma que o caso, “se realmente aconteceu”, será debatido internamente. Menos de cinco minutos depois, em outra entrevista, o dirigente afirma que “o caso será multado de acordo com o regimento interno”, admitindo que um atleta chegou ao treino após “uma noite mal dormida”.

O homem forte do departamento de futebol ainda diz que o afastamento temporário do atleta da lista de relacionados foi uma opção técnica.

Já o presidente Arnaldo Tirone vai mais longe e diz que João Vítor estava machucado e que havia sido afastado por pedido dos médicos. Assim, o cartola tenta desfazer a evidente relação entre a saída do volante do grupo que enfrentou o Flamengo na última quarta-feira e o problema acontecido no início da semana.

Por fim, o auxiliar técnico, Flávio Murtosa, que comandou o time nas duas últimas partidas por causa da suspensão de Luiz Felipe Scolari, além de não falar o nome de quem chegou embriagado ao treino, diz que se, “houve problema, o caso será discutido pela diretoria” e que a comissão técnica não se intrometeria no assunto.

Em entrevistas após a vitória por 1 a 0 diante do Flamengo que tirou o time da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, jogadores acabaram deixando escapar que João Vítor era o culpado e disseram que o atleta sabe que errou, mas que não poderia ser crucificado por isso.

Entre todos os desencontros, dois consensos unem as diferentes partes: não exibir o nome de João Vítor na confusão para preservar o atleta e culpar uma pessoa que presta trabalho a palmeirenses, mas que não tem vínculo com o clube, pelo vazamento do problema que consideram comum no futebol.