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'Lovedependência', desfalques e crise nos bastidores; veja motivos da queda do Fla

Sozinho, Love parte para cima dos adversários; Fla depende cada vez mais do jogador - Alexandre Vidal/ Fla Imagem
Sozinho, Love parte para cima dos adversários; Fla depende cada vez mais do jogador Imagem: Alexandre Vidal/ Fla Imagem

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

15/09/2012 06h10

O Flamengo demitiu Joel Santana, contratou Dorival Júnior e teve a impressão, no início do trabalho do novo técnico, que as coisas tinham se acertado. A avaliação inicial, porém, não se manteve nos jogos seguintes. Com uma queda considerável de produção, o rubro-negro não vence há seis partidas e amarga uma sequência de quatro derrotas consecutivas.

Entre uma extrema dependência de Vagner Love, desfalques em séries e uma intensa crise nos bastidores, o UOL Esporte separou uma lista com os principais motivos da queda que levou o Flamengo para bem perto da zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

"LOVEDEPENDÊNCIA"

Com um elenco limitado e sem maiores opções ofensivas, o Flamengo ficou refém do desempenho de Vagner Love e depende cada vez mais da pontaria do "Artilheiro do Amor" para vencer no Campeonato Brasileiro. Se o atacante faz gol, o time pode vencer. Se não marca, perde ou empata. Desde que Dorival Júnior chegou, tem sido assim. Love garantiu as vitórias contra Figueirense, Náutico e Vasco. Em 12 jogos sob o comando do treinador, o Flamengo marcou oito gols. Love fez seis. Os outros foram marcados por Ramon, na goleada sofrida para o São Paulo, e Ibson, no empate com o Sport, em Volta Redonda.

CRISE NOS BASTIDORES

O mau momento do time do Flamengo dentro de campo também é reflexo da crise que rondou os bastidores do clube da Gávea nas últimas semanas. Questionado por membros da diretoria e com um relacionamento conturbado com os jogadores, Paulo César Coutinho foi demitido do cargo de vice presidente de futebol. A situação abalou o diretor executivo Zinho, que não escondeu sua insatisfação. O cartola destituído do cargo era considerado por alguns atletas um grande "peso" no vestiário e não conseguia facilitar a relação com a diretoria do clube, como deveria ser feito.

DIFICULDADE DE DORIVAL EM REPETIR ESCALAÇÃO

Em 12 jogos no comando do Flamengo, Dorival Júnior ainda não conseguiu dar uma "cara" ao time rubro-negro. E a dificuldade não é difícil de entender. Com diversos problemas de lesões, suspensões e até mesmo jogadores convocados para seleções, o treinador já testou dez formações diferentes e nunca conseguiu repetir a escalação da equipe de uma partida para outra. Nos últimos quatro confrontos, com derrotas em todos eles, o comandante fez pelo menos três alterações de um jogo para o outro, o que dificultou ainda mais o entrosamento do rubro-negro.

MÁ FASE DE ALGUNS VETERANOS

Pilares do Flamengo, Ibson e Léo Moura (foto) respondem por boa parte da queda do time. Antes apontados como soluções e unanimidades nas arquibancadas, ambos já não gozam do mesmo prestígio e, principalmente, não apresentam o mesmo futebol de outrora. Enquanto o meia chegou a ser barrado e só voltou ao time após uma lesão no joelho de Renato Abreu, o lateral já não mostra mais o mesmo vigor físico de antigamente e vem tendo atuações abaixo da média. Justamente pelo seu lado tem saído a maioria dos gols sofridos pela equipe rubro-negra.

DESFALQUES DE RENATO ABREU E CÁCERES

Apontados por Dorival Júnior e jogadores como os pontos de equilíbrio do time do Flamengo, Renato Abreu (foto) e Cáceres ficaram de fora dos últimos jogos e suas ausências foram muito sentidas pela equipe. Com uma lesão no joelho, Renato deixou o time após o clássico contra o Vasco. De lá para cá, o rubro-negro não venceu nenhuma partida. Já Cáceres, constantemente convocado para a seleção paraguaia, foi desfalque nas últimas três partidas e o time perdeu todas. O volante volta ao time neste domingo, enquanto Renato terá que esperar mais uma semana. Diante disso, o Fla precisa aprender a jogar sem os dois.