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Rodada do Brasileirão é marcada por intolerância de torcidas nas arquibancadas

Fã pede camisa do meia Lucas, do São Paulo, no estádio Couto Pereira - Reprodução TV Bandeirantes
Fã pede camisa do meia Lucas, do São Paulo, no estádio Couto Pereira Imagem: Reprodução TV Bandeirantes

Do UOL, em São Paulo

30/09/2012 22h34

Prestes a receber uma Copa do Mundo, o público brasileiro nos estádios mostra que ainda está longe do padrão ideal. Em duas partidas desta 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, torcedores se revoltaram e ameaçaram os que estavam em sua própria torcida.

No empate em 1 a 1 entre Coritiba e São Paulo no estádio Couto Pereira, no Paraná, uma criança de 12 anos, que estava na torcida do time local, pediu a camisa do meia-atacante são-paulino Lucas, que jogou a peça, mas se assustou com o que viu depois. Um grupo de torcedores do Coxa partiu para cima da menina e do seu pai. Os dois foram xingados e ameaçados.

Já na tranquila vitória do Corinthians por 3 a 0 no Pacaembu sobre o Sport, o alvo foi um turista escocês que, vestindo a camisa do Celtic, equipe de seu país que leva as cores verde e branca, foi alvo de provocações de torcedores e acabou sendo retirado pela polícia do lugar em que assistia ao jogo, na área VIP da torcida corintiana.

O escocês foi levado para outro local do estádio, já trajado com uma blusa que não fazia menção às cores verde e branca, do rival do Corinthians, Palmeiras.

ASSISTA AO MOMENTO EM QUE TORCEDORES AMEAÇAM MENINA FÃ DE LUCAS

Na partida em Curitiba, Lucas ficou preocupado e lamentou o fato por meio de seu Twitter. “Temos que tornar nosso país digno de receber uma Copa do Mundo e demonstrar que somos civilizados e grandes para o mundo mudar o conceito sobre nós”, escreveu o meia.

Logo após o jogo, Lucas também se manifestou. “Fiquei triste e chateado. O futebol é de paz. Que bom que terminou tudo bem, que eles foram retirados sem serem agredidos”.

A criança e seu pai foram retirados da arquibancada e conseguiram se encontrar com o jogador são-paulino na entrada do vestiário.

“Fiz questão de falar com ela, dar a camisa e tirar fotos. Eu fui ingênuo, joguei a camisa porque ela pediu, mas não sabia que os outros torcedores poderiam se irritar com aquilo”, disse o jogador.