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Vice do Flamengo fez doação para campanha de Patricia Amorim para vereadora

Patricia Amorim fala observada pelo vice administrativo do Fla, Cacau Cotta - Fernando Azevedo/ Fla Imagem
Patricia Amorim fala observada pelo vice administrativo do Fla, Cacau Cotta Imagem: Fernando Azevedo/ Fla Imagem

Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

13/10/2012 06h00

Um dos homens-chave da gestão do Flamengo, Luis Cláudio Cotta, o Cacau, doou R$ 5 mil para a campanha da presidente do clube, Patricia Amorim, à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. O dirigente foi nomeado por ela vice-presidente de Administração e de Fla-Gávea, um dos carros-chefes da gestão dela.

É mais um ponto de relação entre sua gestão no clube e sua carreira política. Ela já tinha empossado dirigentes do clube na Câmara de Vereadores e usado o atacante Vagner Love em sua campanha.

Patrícia Amorim foi candidata à reeleição como vereadora pelo PMDB. Não conseguiu manter sua cadeira ao obter apenas 11.687 votos e ficar em 19º lugar do partido – 15 se elegeram. Na sua prestação parcial de campanha, que já está disponível, teve uma receita de R$ 27.484,00. Deve haver mais dinheiro quando for mostrada a prestação integral.

Da prestação parcial, R$ 5 mil foram dados por Cacau Cotta, em dinheiro, em agosto de 2012. Ele disse que foi um agradecimento a dirigente.

“Foi gratidão [pela Patricia]. É uma prática minha. Já fiz doação para o Petra, que é meu primo, duas vezes, e para o Bebeto (ex-jogador) para deputado estadual. Agora, doei para a Patricia. Sempre neste valor”, explicou Cacau Cotta. “Não vejo conflito de interesse. Fiz a doação como pessoa física, não como dirigente.”

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Seus cargos no Flamengo não são remunerados. Ele contou que apenas conhecia a presidente do clube, sem intimidade, antes de assumir. Não era seu amigo, só criou uma relação mais próxima após participar de sua gestão.

“Ela viu em mim a capacidade executiva. É ponto pacífico no clube, inclusive na oposição, que o clube deu um salto sobre o ponto de vista do patrimônio”, defendeu o dirigente.

Os maiores doadores da campanha da presidente do Flamengo foram a própria dirigente e a Parreiras Advogados, cada um deu R$ 10 mil. Um dos sócios do escritório, Mario Parreiras não quis explicar sua doação, mas disse que não tinha relação com o clube.

"Não estamos autorizados por ela a comentar esta contribuição de campanha. Só posso dizer que não tem nada relacionado ao Flamengo. Doamos por uma questão de amizade que temos. Apenas isso", disse o advogado Mário Parreiras. A reportagem não identificou relação entre seu escritório e o clube.

Para Cacau, o desempenho ruim do time do Flamengo em 2012 teve influência direta na derrota eleitoral de Patricia Amorim. Segundo o dirigente, “ela teve muita mídia negativa nos últimos meses”.

Na opinião do aliado, é inevitável que se relacione as duas atuações políticas dela, na Câmara e no clube. “Política é política. São cargos políticos que ela exerce. É natural que se confunda. Houve Roberto Dinamite [deputado estadual e presidente do Vasco], Márcio Braga [ex-deputado federal e ex-presidente do Flamengo] que foram eleitos assim. Os sindicatos e entidade estudantis têm seus movimentos. Os clubes, também”, analisou.

Patricia Amorim usou seu gabinete na câmara para alojar diversos membros do clube, como o presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, como revelou o site da “ESPN/Estadão”. O atacante Vagner Love participou de sua campanha com mensagens positivas em sua campanha.

Apesar de ver relação entre as duas esferas políticas, Cacau entende que o resultado da eleição municipal não influenciará a votação presidencial no Flamengo, que tem sete candidatos. O UOL Esporte não conseguiu contato com a presidente Patricia Amorim.