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Premiação de possível título brasileiro será usada para Flu negociar dívidas trabalhistas

Se for campeão brasileiro, parte da premiação do Fluminense será usada em Xerém - Divulgação/Fluminense Oficial
Se for campeão brasileiro, parte da premiação do Fluminense será usada em Xerém Imagem: Divulgação/Fluminense Oficial

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/10/2012 06h00

O clima é de cautela, pés no chão e nem mesmo entre os torcedores, as faixas de tetracampeão brasileiro fazem sucesso ainda. A diretoria do Fluminense segue a mesma linha cuidadosa, mas já programou o que fará com os R$ 8 milhões que o vencedor do Campeonato Brasileiro tem direito de receber da CBF no final da competição. A maior parte será usada para renegociar dívidas trabalhistas e aliviar o rombo causado por seguidas penhoras aos cofres das Laranjeiras.

Apesar de entrar em uma previsão de investimentos, as receitas geradas por premiação de títulos não fazem parte do orçamento do clube e são tratadas como 'dinheiro extraordinário', ou seja, não são usados para pagamento de salário de jogadores ou funcionários. Parte do valor recebido da entidade máxima do futebol nacional, caso o time conquiste o tetra, também será usada para investimentos nas categorias de base do clube.

“Imaginemos, com todo cuidado, que o time conquiste o sonhado título. Esse valor não está previsto no fluxo de receita, então será usado para abater o passivo fiscal e trabalhista. Outra parte também será usada para reformas e melhorias nas categorias de base, em Xerém, que provaram esse ano ser o caminho ideal para o clube”, disse ao UOL Esporte o superintendente-executivo do Fluminense, Jackson Vasconcelos.

PRÊMIO DO BRASILEIRÃO

  • R$ 3 MILHÕES

    Quanto o clube deve investir nas reformas das categorias de base

    A reportagem apurou que R$ 3 milhões devem ser destinados para a conclusão das reformas em Xerém, onde dois campos passam por obras, além da construção de vestiários novos e mudança da área técnica no terreno. O restante será usado para abatimento do passivo do clube, que sofreu com penhoras da Receita Federal no segundo semestre deste ano.

    “O que vai impedir novas penhoras é o acordo que estamos tentando fazer com a Receita Federal, nos mesmos moldes do que realizamos com a Justiça Trabalhista, onde pagamos R$ 1 milhão por mês e evitamos bloqueios das receitas que temos para receber”, completou Vasconcelos.

    DÍVIDA TRICOLOR

    • R$ 389 MILHÕES

      Valor total da dívida balanço do segundo trimestre de 2012

      Patrocinadora pagará premiação aos jogadores
      A maior parte da premiação aos jogadores e comissão técnica, combinada no começo da temporada, será paga pela Unimed, principal patrocinadora do Fluminense e que já arca com o salário de vários jogadores do elenco. Apenas uma pequena parcela será bancada pelo clube carioca, através de bônus recebidos de outros patrocinadores, como a Adidas.

      Os lucros com a possível conquista, porém, não terão influência na permanência de jogadores. Mesmo assim, no planejamento do departamento de futebol para 2013, nenhum atleta deve ser negociado até o final da Copa Libertadores. 

      “Conseguimos com muito sacrifício separar as coisas, e não vendemos mais para reforçar o caixa. O atleta irá sair quando se valorizar no mercado e atingir um valor que possa satisfazer a diretoria, passando também pelo departamento de futebol. O dinheiro de premiação não tem relação, tanto para 'segurar', quanto para sermos obrigados a vender alguém”, disse o executivo do Fluminense.

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      A equipe carioca atualmente tem uma dívida de R$ 389 milhões, mas um montante de R$ 72 milhões correndo na Justiça ainda pode entrar nesta lista. A maior parte do passivo está registrada na Timemania e em ações trabalhistas ao valor de R$ 224 milhões.

      A expectativa da diretoria é aprovar no próximo dia 10 de novembro, em assembleia geral com os sócios, a categoria 'sócio-torcedor', que pagará uma mensalidade mais barata para ter descontos e facilidades na compra de ingressos e acesso limitado à sede social. O programa aumentaria a arrecadação mensal do Fluminense em R$ 4 milhões.