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Barcos admite mão, mas diz que juiz pediu ajuda para identificar infrator e que delegado debochou de médico

Delegado da partida Palmeiras e Inter "foge" da imprensa no Beira-Rio sem dar entrevista  - Marinho Saldanha/UOL Esporte
Delegado da partida Palmeiras e Inter 'foge' da imprensa no Beira-Rio sem dar entrevista Imagem: Marinho Saldanha/UOL Esporte

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

29/10/2012 19h21

Hernán Barcos não foi contra as imagens e admitiu que a bola tocou na sua mão para que o Palmeiras empatasse o jogo diante do Internacional no último sábado, no Beira-Rio. O argentino, no entanto, alegou que não tinha essa intenção e disse que o toque só aconteceu por causa do puxão que sofreu de Índio após a batida de escanteio de Marcos Assunção. 

O camisa 9 ainda revelou dois detalhes curiosos de toda a confusão. Segundo ele, o árbitro Francisco Carlos do Nascimento ficou durante os seis minutos em que andou no campo procurando quem era o infrator. 

"Claro que foi toque de mão, mas isso só aconteceu porque eu fui puxado dentro da área. Eu ia pegar de cabeça, fui puxado e meu braço bateu na bola. Mas como o juiz deu gol, ninguém falou do pênalti. Agora, o justo seria que eu batesse o pênalti. Como isso não é possível, que o jogo seja jogado de novo e que os dois tenham as mesmas condições, porque tudo o que fica em dúvida, ultimamente, tem sido contra o Palmeiras", disse ele.

"O árbitro ficou andando pelo gramado e veio na minha direção para dar o cartão amarelo. Eu estava pendurado e evitei o contato com ele por um bom tempo. Quando ele chegou, eu disse que não tinha feito nada e ele recuou, desistiu de dar o cartão e me perguntou: 'Então quem é que colocou a mão? Me ajuda'. Está claro para a gente que foi pela pressão que ele anulou o gol, porque são quatro, cinco árbitros que nada viram", completou o jogador.

Barcos ainda afirmou que o delegado da partida, Gérson Baluta, debochou de Vinicius Martins, médico do clube. Segundo o argentino, Baluta, que teria usado informações de repórteres para anular o gol, afirmou que não teme nenhuma punição da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) porque o dever dele já estava cumprido.

"O que nos preocupa bastante é que o delegado, que eu nem sei quem é, falou a nosso doutor que não se importava com nada o que a CBF iria fazer, com quantos jogos ele ia ficar de fora. Ele disse que o importante é que ele já tinha prejudicado o Palmeiras. Isso é complicado, a gente fica p..., dá vontade de matar todo mundo, especialmente pela situação em que estamos", afirmou.

Na coletiva concedida nesta segunda-feira, Barcos ainda disse que não se inspirou na "La Mano de Dios", de seu compatriota Diego Maradona, e foi questionado se o certo não seria ele imitar Klose, atacante da Lazio. Certa vez, o alemão fez um gol de mão e pediu para que o tento não fosse validado. O argentino sorriu e respondeu com uma outra pergunta.

"Você quer que 15 milhões de palmeirenses me matem? Se a gente estivesse na metade da tabela...E ainda assim acho que não pensaria nisso. Toda a vez a gente é prejudicado e ninguém pede para gol não valer ou pede para ver se o gol foi válido. Foi assim contra o Botafogo, quando estive dois metros para trás e me deram impedimento", disse o camisa 9. "Não sei se é esquema, se é roubado, o fato é que a gente é sempre prejudicado quando há dúvida", finalizou.