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Defesa dirá que juiz de Inter x Palmeiras errou e não viu gol de mão, mas foi avisado por auxiliar

Juiz nega consulta a TV, e sindicato não crê em anulação da derrota palmeirense - Alexandro Auler/Preview.com
Juiz nega consulta a TV, e sindicato não crê em anulação da derrota palmeirense Imagem: Alexandro Auler/Preview.com

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

01/11/2012 06h00

A defesa do árbitro Francisco Carlos Nascimento, que apitou o polêmico Internacional x Palmeiras do último sábado, já tem o argumento pronto para apresentar ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva no julgamento que vai definir se a partida valeu ou não.

O UOL Esporte apurou que Nascimento admitirá que não viu o atacante Barcos empurrar a bola com a mão para o gol, mas que foi imediatamente avisado via rádio pelo quarto árbitro, Jean Pierre Lima, que o tento foi ilegal.

Em conversas com pessoas próximas, o juiz tem dito que reconhece o erro e a desatenção no lance. Mas os seis juízes envolvidos na partida (o trio principal, os dois de fundo e o quarto árbitro), além do delegado, mantêm o discurso de que a decisão foi tomada sem o uso de TV ou qualquer outro recurso tecnológico.


Em Maceió, onde mora, Francisco Carlos Nascimento aguarda a definição do dia da audiência com o STJD e foi orientado a não dar entrevistas.

O ex-juiz Marco Antônio Martins, presidente do Sindicato Nacional de Árbitros de Futebol, confirma o argumento que será apresentado pelo advogado Giulliano Bozzano, responsável pela defesa de Nascimento e de seus companheiros.

“Essa foi a versão que todos eles nos apresentaram, de que não houve interferência externa, nem de televisão, nem de nada, e que o aviso foi dado pelo Jean Pierre. Eu confio plenamente neles, não há motivo para desconfiar”, afirmou Martins.

No lance em questão, o argentino Barcos completou um cruzamento com a mão e a bola foi parar no fundo das redes no que seria o segundo gol do Palmeiras na partida. A equipe acabou perdendo por 2 a 1.

O clube resolveu pedir a anulação do resultado, alegando que o juiz foi ajudado pelo delegado. Este, por sua vez, teria consultado uma repórter de TV sobre a validade do lance.

SEIS MINUTOS

De acordo com a versão do juiz, a demora de mais de seis minutos para reiniciar a partida aconteceu porque ninguém sabia quem de fato tinha tocado com mão na bola. Segundo a versão de Nascimento, ele não relatou o atraso na súmula porque, na sua avaliação, tratou-se de um atraso comum.

“É claro que houve um erro ali”, admite Martins sobre a hesitação do juiz. “Mas foi uma coisa momentânea, corrigida prontamente.”

O sindicato afirma acreditar que a versão apresentada será suficiente para a manutenção do resultado do jogo.

Em Maceió, Nascimento comenta com amigos que está tranquilo e confiante de que um erro não prejudicará sua carreira. Ele ascendeu ao quadro da Fifa (a maior categoria da arbitragem brasileira) no começo de 2012. Foi o primeiro juiz de Alagoas a conseguir o escudo da entidade máxima do futebol.

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