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Diretor da Globo faz duras críticas aos pontos corridos, mas descarta volta do mata-mata

Marcelo Campos Pinto, executivo da Globo, criticou os pontos corridos, mas negou possível mudança - Divulgação/Grêmio
Marcelo Campos Pinto, executivo da Globo, criticou os pontos corridos, mas negou possível mudança Imagem: Divulgação/Grêmio

Gustavo Franceschini, Vinicius Castro e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/11/2012 20h14

Marcelo Campos Pinto, diretor de esportes da Globo, voltou a fazer duras críticas ao sistema de pontos corridos, que vigora atualmente no Campeonato Brasileiro. Para ele, o formato é o responsável pela falta de torcida nos estádios e o ideal, pela cultura do torcedor brasileiro, seria o mata-mata.

“Jogos dentro e fora como na Europa não funcionam no Brasil. Temos de ter uma estrutura que mantenha todos os times grandes vivos até o mais longo possível. Aí, ou você morre ou você mata. A estrutura atual não é boa para os fãs”, disse Campos Pinto em um debate sobre direitos de TV na Soccerex, feira de futebol que acontece no Rio.

O executivo usou o Campeonato Brasileiro atual como exemplo para sua argumentação. “Neste ano, temos tudo definido a quatro rodadas do fim. E oito rodadas antes, só dois times brigavam pelo título, sendo que um deles tinha só 9% de chances”, disse Campos Pinto, que apontou a mídia como uma das culpadas pela manutenção dos pontos corridos.

“Infelizmente, a imprensa do nosso país prefere o modelo atual. Diz que é o mais justo. Eu não ligo para justiça, ligo para o business, para os estádios cheios”, resumiu Campos Pinto.

A posição da Globo sobre o assunto não é nova. Detentora dos direitos de transmissão da maiorias dos principais eventos de futebol, ela foi opositora da mudança no formato que ocorreu em 2003. Durante a palestra, Marcelo Campos Pinto chegou a deixar no ar uma possibilidade de mudança.

“No futuro podemos discutir isso. Estamos perto disso, inclusive de falar sobre o formato”, disse o executivo, para mais tarde, em conversa com o UOL Esporte, explicar melhor a declaração. “Não existe essa possibilidade. Essa é uma opinião pessoal, mas não tem chance de mudar. Eu mesmo já nem toco nesse assunto com os clubes”, completou.