Inter vira time de extremos e se divide entre ataque forte e defesa frágil

O segundo melhor ataque, mas também a terceira pior defesa do Brasileirão. O Internacional, atualmente, é um time de extremos. E o argumento de Dunga para minimizar os 21 gols sofridos em 13 partidas no campeonato é o mais simples e raso possível: seu time está fazendo mais gols do que sofrendo.

“Desde que me entendo por gente, desde que comecei a ver futebol ouço vocês falarem que tem que jogar para frente. Que tem que ter gols. Que o futebol assim é bonito. Aí agora vocês vão dizer que é preciso defender. Não vou entender nada” ironizou Dunga.

Apesar da postura evasiva do técnico – que tem um pouco de estratégia de proteção ao elenco, os próprios jogadores e a diretoria admitem que o Colorado precisa rever a forma como se defende. Admitir os próprios erros que fizeram a equipe sofrer nove gols nas últimas quatro partidas.

	A ação dos gandulas e a postura do Botafogo após marcar o terceiro gol no Maracanã desagradaram Dunga. E o técnico do Internacional não fez questão nenhuma de esconder a irritação em sua entrevista coletiva após o empate de 3 a 3, nesta quinta-feira. Para o treinador, seu time se mostrou aguerrido para conseguir a igualdade nos acréscimos. LEIA
	O meia D’Alessandro comemorou duplamente o empate do Internacional, aos 48 minutos do segundo tempo, diante do Botafogo. De acordo com o camisa 10 do Colorado, o time carioca fez ‘gracinhas’ após conseguir atingir o escore de 3 a 2. E por isto, não merecia sair vencedor do confronto válido pela 14ª rodada do Brasileirão. LEIA

“Temos que olhar melhor nossos erros. Temos que admitir os erros que estão acontecendo. Eu vi a explanação do Dunga e sei que existem coisas que precisam melhorar em campo. Nós temos que olhar para nossos erros e corrigir”, disse o diretor de futebol Luís César Souto de Moura.

No jogo contra o Botafogo, o Colorado saiu atrás do placar mais uma vez. A desvantagem já havia ocorrido contra Náutico, Grêmio e Atlético-PR. E no Maracanã o gol contrário ocorreu cedo, assim como já tinha acontecido diante dos paranaenses.

“A gente começou bem, tomou um gol de amador. Mas nos reencontramos depois”, disse D’Alessandro ainda no intervalo da partida no Rio de Janeiro. “A gente está tomando gol muito fácil. Estamos errando muito passe na frente e não segurando”, comentou Leandro Damião.

Autor de 24 gols em 13 partidas, o Inter só fica atrás do Cruzeiro no quesito ataque mais produtivo. Os mineiros marcaram dois gols a mais. Na defesa, o Colorado só fica a frente do Criciúma, que levou 25 gols, e do Vasco que já sofreu 23 gols.

“Não pode ter descuido que vai levar gol. Se o ataque está fazendo gol o time fica exposto. Dá vontade até de dar risada. Sempre disseram que era retranqueiro, até na seleção. E agora no Inter também falam que sou retranqueiro. Mas tenho o segundo ataque mais positivo”, bradou Dunga.

Sétimo colocado com 21 pontos, e uma partida a menos que todos os times que estão na sua frente, o Internacional volta a campo no domingo, às 18h30min. Em Novo Hamburgo, no estádio do Vale, o time dos extremos recebe o Atlético-MG.