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Após "selinho" e protesto, polícia pede explicações a Emerson e torcedores

Emerson Sheik deu selinho em amigo e foi intimado a depor na polícia - Divulgação/Instagram
Emerson Sheik deu selinho em amigo e foi intimado a depor na polícia Imagem: Divulgação/Instagram

Do UOL, em São Paulo

23/08/2013 14h48

A Polícia Civil de São Paulo pretende investigar um grupo de cinco torcedores do Corinthians por suposto caso de homofobia contra o jogador de futebol Emerson Sheik. A Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) colherá depoimento do atleta e de Marco Antônio de Paula Rodrigues, presidente da torcida organizada Camisa 12, por causa do episódio em que o atacante publicou em redes sociais uma foto em que aparecia dando um “selinho” no empresário Isaac Azar, dono de um restaurante em São Paulo.

Emerson Sheik publicou a imagem no último domingo, horas depois de o Corinthians ter vencido o Coritiba por 1 a 0 no Pacaembu em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Na segunda-feira, um grupo de torcedores reagiu e foi ao centro de treinamento do clube para protestar.

Identificados como membros da organizada camisa 12, os adeptos alvinegros levaram faixas com dizeres como “Viado não”, “Respeito é para quem tem” e “Vai beijar a p.q.p. Aqui é lugar de homem”. Além disso, entoaram gritos de cobrança e prometeram “tumultuar a vida” do jogador caso não houvesse uma retratação.

Nesta sexta-feira, a delegada Margarete Barreto, titular da Decradi, ouvirá a versão de Rodrigues, presidente da Camisa 12. O depoimento de Emerson Sheik sobre o caso está marcado para a próxima segunda-feira. Como não foram intimados, o dirigente da organizada e o jogador de futebol não têm obrigação de comparecer à delegacia.

Segundo Margarete Barreto, o protesto dos torcedores caracteriza crimes de injúria e ameaça, cujas penas podem render detenção de um a seis meses. “Mas cabe ao atleta registrar queixa. Ele é o maior interessado”, disse a delegada.

Independentemente disso, a ideia de Margarete Barreto é investigar cinco torcedores do Corinthians por causa do protesto de segunda-feira. Os nomes dos adeptos ainda são mantidos em sigilo.

A ideia da delegada é fazer até uma investigação mais ampla do que o protesto. “[Queremos saber] por que os gays são proibidos de frequentar a quadra da torcida”, exemplificou.