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Inter reencontra Walter afirmado três anos depois de sumiço do Beira-Rio

Walter ficou 10 dias recluso em apartamento, mas teve participação na conquista da Libertadores de 2010 - RODRIGO VILLALBA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Walter ficou 10 dias recluso em apartamento, mas teve participação na conquista da Libertadores de 2010 Imagem: RODRIGO VILLALBA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

24/08/2013 09h13

O jogo entre Internacional e Goiás, neste domingo em Novo Hamburgo, colocará Walter frente a frente com o clube que o revelou. Destaque do time alviverde e sensação por empilhar gols mesmo acima do peso, o centroavante irá rever o time que ele abandonou duas vezes em menos de seis meses.

As fugas dos treinos, uma de 10 dias e outra de quatro, foram determinantes para que o Inter negociasse sua fatia dos direitos de Walter ao Porto, de Portugal. A qualidade técnica, porém, nunca foi contestada pela diretoria do Colorado.

“Nós, todos nós do futebol, colocamos rótulos. Mas o bonito do futebol é isso. Jogar com jogadores lentos, rápidos, altos e baixos. A qualidade do Walter nunca esteve em questão. Quando ele perde peso perde a força. Ele é exceção”, disse Dunga ao falar do centroavante.

Destaque das categorias de base, Walter participou da campanha do bicampeonato da Libertadores do Inter, em 2010. E com protagonismo. Foi dele o gol que garantiu a classificação em cima do Banfield-ARG, nas oitavas de final. Mas os gols foram ofuscados pelos problemas extracampo.

Três dias depois de ajudar o Inter a estrear com vitória na Libertadores, diante do Emelec, Walter sumiu pela primeira vez. Foram 10 dias longe dos treinos no Beira-Rio. Trancafiado no próprio apartamento, em Porto Alegre. A reclusão só terminou depois que empresários obrigaram o centroavante a retomar a rotina. O vice de futebol da época, Fernando Carvalho, definiu o jovem como “totalmente estranho”.

Depois de ser reintegrado, Walter participou dos jogos contra o Estudiantes e inclusive se envolveu em uma briga após o jogo na Argentina. Acabou punido pela Conmebol. Um novo sumiço, de quatro dias, esgotou a paciência dos dirigentes.

À época, o centroavante dava entrevistas contraditórias. Dizia que tinha problemas pessoais para resolver, depois citava uma transferência mesmo sem saber o novo do clube interessado. As idas e vindas cansaram a direção. E culminaram com uma venda ao Porto.

Do Porto Walter voltou para o Cruzeiro, por empréstimo. Não atuou em nenhum dos dois confrontos do time mineiro com o Inter, no ano passado. E depois de passar por Belo Horizonte, chegou até Goiânia.

Autor de seis gols no Brasileirão, Walter rendeu cerca de 4 milhões de euros aos cofres do Inter – que detinha pouco mais de 50% dos seus direitos.