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Mesmo em crise, Autuori cria clima bom no SP e agrada elenco

Elenco, que reclamava de Ney Franco, agora elogia Autuori mesmo com fase negativa - Junior Lago/UOL
Elenco, que reclamava de Ney Franco, agora elogia Autuori mesmo com fase negativa Imagem: Junior Lago/UOL

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

24/08/2013 06h00

O relacionamento entre Ney Franco e o elenco do São Paulo virou alvo de reclamações internas durante o período de um ano em que o treinador esteve no comando. E, neste intervalo de tempo, o clube se classificou para a Libertadores e venceu a Copa Sul-Americana. Com Paulo Autuori, atualmente, a situação é inversa. Em campo, o time não ganha e corre risco de rebaixamento no Brasileirão, mas o treinador recebe elogios de jogadores, comissão técnica e funcionários do clube por ter criado um bom ambiente de trabalho. 

Para os atletas, Autuori foi um choque positivo.  A maior parte do elenco faz o mesmo relato: o técnico tem o cuidado de dar orientações táticas pessoais, aponta defeitos e virtudes e conversa muito – dentro e fora de campo. 
 
O treinador assumiu o clube no dia 11 de julho, deu o primeiro treino logo após sua primeira entrevista e, desde então, percebeu que precisaria consertar o ambiente que herdou de seu antecessor. Na primeira semana, convocou uma reunião no CT da Barra Funda com jogadores, comissão técnica e outros funcionários. Pediu que todos se respeitassem e criassem bom ambiente de trabalho, para que o clube pudesse se reerguer no Brasileirão – era 14º quando Autuori assumiu. 
 
Com os jogadores, fez reuniões individuais. Nas primeiras semanas, convocou quase todos os atletas do grupo para conversar, um por um. A iniciativa foi elogiada pelo elenco, assim como as orientações táticas e técnicas no gramado. Anteriormente, Ney Franco delegava a maior parte do trabalho de campo para seu auxiliar, Éder Bastos, e tinha menos contato com o grupo no campo de treinamento. Segundo relatos dos jogadores, que criticavam o método de trabalho, o ex-treinador se afastava também fora de campo.
 
Quem vive o dia a dia do São Paulo, no CT da Barra Funda, relata que o afastamento de Lúcio foi essencial para a implementação do elogiado ambiente de trabalho. Mais do que divergências táticas no campo, Autuori acreditou que o zagueiro de 35 anos seria diferencial negativo para o clima do elenco. Assim, pediu seu afastamento. 
 
Outro fator elogiado por jogadores e funcionários é que Autuori se preocupa em manter as relações fora de campo. Convive com funcionários do clube também longe do CT, sai para jantar e tenta criar laços. 
 
Nesta semana, sem jogos, o treinador são-paulino teve a primeira oportunidade para dar os treinos que queria ao elenco. Antes, não pôde fazê-lo por falta de tempo. Durante os cinco dias, fez atividades diferentes do que se costuma ver. Ajustou até a cobrança de lançamentos laterais, com exaustivas repetições de movimentação de Osvaldo e Paulo Henrique Ganso. Trabalhou posicionamento da defesa, testou diferentes opções ofensivas, fez um jogo-treino com os reservas e um coletivo.
 
Na enorme maioria de todas essas atividades, trabalhou com bola, do jeito que os jogadores gostam. Diferencial que tem sido decisivo para manter um bom ambiente mesmo com o São Paulo na penúltima posição do Brasileirão. Os jogadores relatam clima de incerteza pela má fase, mas elogiam Paulo Autuori por ter feito o atual momento um pouco menos desgastante.
 
Neste domingo, o São Paulo entra em campo para tentar fazer com que os resultados, além de Autuori, ajudem a melhorar o clima. O adversário é o Fluminense, em jogo que acontecerá no Morumbi, às 16h, pelo Brasileirão.

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