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Números do Cruzeiro após 24 rodadas superam os do time campeão em 2003

Jogadores do Cruzeiro comemoram um dos 50 gols marcados na destacada campanha no Brasileiro - Washington Alves/Vipcomm
Jogadores do Cruzeiro comemoram um dos 50 gols marcados na destacada campanha no Brasileiro Imagem: Washington Alves/Vipcomm

Dionizio Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

01/10/2013 06h00

Com 53 pontos conquistados, o Cruzeiro possui o melhor aproveitamento da história dos pontos corridos após 24 rodadas ao lado do Fluminense do ano passado. Essa marca supera inclusive a equipe celeste de 2003, que está entre um dos melhores times da história do clube e é a grande referência para os torcedores mais jovens. 

Aquele Cruzeiro comandando por Vanderlei Luxemburgo fora de campo e por Alex dentro das quatro linhas detém números impressionantes como a marca de 100 pontos, em 46 rodadas, e a conquista do título com 72,5% de aproveitamento, o maior até o momento, além de ter terminado a campanha com 11 pontos de vantagem sobre o Santos, segundo colocado à época.

Porém, na 24ª rodada, os comandados de Luxemburgo possuíam números inferiores à equipe atualmente dirigida por Marcelo Oliveira. Em 2003, o Cruzeiro havia vencido 14 jogos, empatado seis e perdido quatro, somando 48 pontos, três a mais que o então segundo colocado Santos, com um aproveitamento de 66,7%. O time atual possui 53 pontos, venceu 16 vezes e perdeu apenas três, empatando outras cinco, além da vantagem bem maior sobre o Grêmio.

O Cruzeiro atual também possui um saldo de gols maior, 30 a 23, e uma defesa melhor, sofreu dez gols a menos. O aproveitamento em casa também é superior, tendo conquistado 88,9% dos pontos disputados. Foram dez vitórias e apenas dois empates enquanto o time de dez anos atrás venceu nove e empatou quatro. Como visitante, a equipe também leva vantagem com um aproveitamento de 58,3% ante 51,5%. 

A única estatística em que Alex e companhia levam a melhor é no número de gols. O ataque, que naquela temporada teve jogadores como Deivid, Mota, Márcio Nobre, Aristizábal, Marcinho e Alex, balançou as redes três vezes mais que o grupo atual: 53 a 50.

O ex-jogador Marcelo Ramos, que também fez parte daquele ataque fulminante, pois disputou três jogos na vitoriosa campanha do Campeonato Brasileiro, além de ter sido campeão mineiro e da Copa do Brasil, vê muitas semelhanças entre os dois times na proposta de jogo. Para o atacante, o Cruzeiro de Marcelo Oliveira, com quem já trabalhou no Ipatinga, privilegia o ataque assim como faziam os comandados de Vanderlei Luxemburgo.

“Claro que cada jogador tem características diferentes, mas acho a forma de jogar muito parecida, esse time joga muito para frente, um futebol ofensivo e bonito, com certeza vai marcar muitos gols até o final do campeonato”, disse o sexto maior artilheiro da história do Cruzeiro com 162 gols.

  • Divulgação/Site do Araxá

    Ex-atacante Marcelo Ramos, que jogou três partidas pelo time campeão brasileiro do Cruzeiro em 2003, vê semelhanças entre a equipe atual e a que ganhou a tríplice coroa, há 10 anos: “Claro que cada jogador tem características diferentes, mas acho a forma de jogar muito parecida, esse time joga muito para frente, um futebol ofensivo e bonito, com certeza vai marcar muitos gols até o final do campeonato”, disse o ex-jogador, além do clube celeste defendeu um grande número de times no Brasil e no exterior.

Outro ponto parecido na visão do ex-goleador é a força do elenco, já que o técnico Marcelo Oliveira tem sido obrigado a mexer muito nas peças e mesmo assim mantém o ritmo. “Naquele grupo de 2003 o Vanderlei tinha muitas opções como o Marcelo tem hoje. Acho que é importante para um campeonato difícil e equilibrado como esse”, observou.

Quem concorda com a opinião de Marcelo Ramos é o também ex-jogador Nonato, que tem grande identificação com o Cruzeiro, onde atuou por sete anos e foi bicampeão da Copa do Brasil e da Supercopa, e levantou a taça da Libertadores em 1997. Hoje torcedor, ele vê a força do conjunto como um diferencial e acredita que o time atual tem condições de superar os números daquela equipe, apesar de revelar a preferência pelo esquadrão de 2003.

“Condição tem. Sinceramente, tecnicamente acho o de 2003 melhor, tecnicamente é bem melhor. Mas em termos de conjunto esse grupo está se superando, pois são poucos os jogadores que são inquestionáveis, o Fábio, o Dedé, o Bruno Rodrigo. Na lateral direita uma hora é o Mayke ou Ceará, no meio entra um ou outro e não tem problema, no ataque também não tem problema quando muda, isso é o fundamental dessa equipe e não está tendo essa vaidade de ser reserva ou titular”, comentou.

Além do elenco forte, Nonato também destacou a postura aguerrida dos jogadores. “Estou gostando do espírito, contra o Inter vi lance do Dagoberto defendendo bola dentro da área, tirando de cabeça, isso mostra o empenho dos jogadores em conquistar esse título que é muito importante”, disse o jogador, que revelou ser fã do meia Everton Ribeiro. “Acho que foi uma grande contratação que pouca gente lembrava dele”, complementou.

E o camisa 17, que encanta os olhos de Nonato, não deixa se iludir com a boa campanha conquistada e mantém o discurso do grupo estrelado de humildade e determinação. “Nós somos profissionais, sabemos que temos jogos difíceis ainda, a torcida fica com a euforia e a gente com a garra dentro de campo que vai fazer a diferença no final”, afirmou.

Em números absolutos será praticamente impossível o time de 2013 superar as marcas de 2003, já que o campeonato atual tem oito rodadas a menos. No entanto, se a equipe estrelada mantiver o ritmo poderá superar outras marcas como a média de gols, o aproveitamento, a distância para o segundo colocado e entrar para história com a conquista do tricampeonato.