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Com gol do criticado Borges, líder Cruzeiro bate Fluminense e encerra 'má fase'

Do UOL, em Belo Horizonte

16/10/2013 21h21

Antes do início do jogo, o técnico Marcelo Oliveira revelou que havia pensado em mexer no ataque do líder, após duas derrotas seguidas, mas desistiu, para dar voto de confiança aos titulares. Com a bola rolando, ficou evidenciado o acerto da atitude do treinador. O Cruzeiro venceu o Fluminense, na noite desta quarta-feira, no Mineirão, por 1 a 0, com gol de Borges, que perderia sua posição, retomando o caminho dos triunfos e chegando aos 62 pontos. O tricolor carioca, por sua vez, segue com 35 pontos, ameaçado pela zona de rebaixamento. Após o término da partida, o veterano Felipe levou o cartão vermelho, na segunda expulsão de atletas do clube visitante.

Com a 19ª vitória no Brasileirão, o Cruzeiro chegou a abrir 13 pontos em relação a Botafogo e Grêmio, que iniciaram a 29ª rodada, em segundo e terceiro lugares, com 49 pontos, mas que entrarão ainda em campo. Como o tricolor gaúcho venceu o Corinthians, por 1 a 0, nesta quarta-feira, em Porto Alegre, o time celeste voltou a ter os 10 pontos sobre o vice-líder, mesma situação após a rodada do último final de semana. Já o Botafogo enfrenta o Vitória, em Salvador, nesta quinta-feira, às 21h.

A única alteração feita por Marcelo Oliveira em relação ao time derrotado pelo Atlético-MG, domingo passado, foi a entrada de Mayke na vaga de Ceará, na lateral direita, por causa do desgaste do titular. Já o Fluminense, entrou em campo com uma equipe muito desfalcada, totalizando 12 ausências, algumas novas e outras já antigas, por causa de suspensões, lesões e convocações para a seleção brasileira. E aos 21 min do primeiro tempo, a equipe carioca ainda perdeu Wagner, lesionado.

Apesar dos desfalques iniciais, o técnico Vanderlei Luxemburgo disse que o jogo seria entre dois times que se “equivalem” e garantiu que o Fluminense não abdicaria do jogo. “Se fizer isso e só se defender, toma um sacode”, salientou. Já Marcelo Oliveira, admitiu que tinha a intenção de “mexer um pouco mais”. “Mas vou dar um voto de confiança ao time que até duas rodadas atrás estava com 11, 12 jogos invictos”, disse.

Autor do único gol do primeiro tempo, Borges, ao ser indagado sobre a declaração de Marcelo Oliveira, sobre ter pensado em mudar o setor ofensivo, disse não ver motivo para desespero. “Estou vendo é muita conversa de fora para dentro, mas que não vai nos perturbar. Fico feliz por ter feito o gol. Minha função é essa, é ficar na área”, salientou.  Foi uma partida bastante disputada, em que os dois times desperdiçaram chances.

O primeiro tempo começou em ritmo intenso, com as duas equipes correndo muito e disputando cada jogada com vontade. Nos minutos iniciais, o Fluminense deu a impressão de que iria encarar o líder do Brasileirão, buscando o ataque. Mas a ousadia tricolor durou pouco. Aos poucos, o Cruzeiro conseguiu encaixar seu jogo com muita marcação, em todo o campo, e saída em velocidade para o setor ofensivo. Dessa forma, o time carioca ficava acuado, sofrendo grande pressão.

A torcida cruzeirense fazia sua parte e incentivava o time, demonstrando entusiasmo. Everton Ribeiro, com sua boa técnica, dava o toque de criatividade no meio-campo celeste. Ricardo Goulart, Borges e Willian, os homens mais ofensivos do time anfitrião, tinham dificuldade para superar a marcação tricolor. Mas, aos 17 min, graças à insistência e luta de Goulart, a bola sobrou para Borges, que finalizou e colocou a bola na rede.

Alvo de críticas e até ameaçado de perder a posição, como admitiu Marcelo Oliveira, Borges comemorou com entusiasmo o gol, junto à torcida e com seus companheiros. Mesmo com a vantagem, o Cruzeiro continuou tomando a iniciativa do jogo. Mas o Fluminense, que aos 21 min teve de substituir Wagner, contundido, por Felipe, criou boas oportunidades para empatar. Aos 22 min, Rafael Sóbis chutou com perigo, mas mandou a bola para fora e, aos 31 min, Lucas Silva errou passe, a bola foi cruzada para Samuel, que, livre, finalizou errado.

O atacante Rafael Sóbis avaliou como positiva a atuação do Fluminense nos 45 minutos iniciais. “Depois que tomamos o gol, corrigimos o erro e criamos mais chances do que eles”, comentou. E o tricolor carioca, que já havia feito uma substituição por necessidade, voltou com duas alterações para o segundo tempo: Igor Julião e Rhayner nas vagas de Ailton e Rafinha. E os visitantes voltaram melhores, encurralando os donos da casa.

Não demorou para Marcelo Oliveira, fazer sua primeira substituição, colocando Ceará no lugar do lateral esquerdo Egidio, para tentar neutralizar uma jogada forte do adversário. A pressão no recomeço da partida era toda tricolor, que desperdiçou logo duas oportunidades, e o Cruzeiro contra-atacava. Em uma dessas situações, Goulart desperdiçou ótima chance. Aos 19 min, Borges deixou o campo, aplaudido, para a entrada de Dagoberto.

O jogo seguiu aberto, com os dois times criando e desperdiçando oportunidades. Aos 28 min, Fábio evitou o empate, em cabeçada de Samuel.Três minutos depois e no momento que mais atacava, o tricolor ficou com um jogador a menos, por causa da expulsão de Rafael Sóbis, que fez falta sobre Dagoberto. O final da partida foi emocionante. Enquanto a torcida celeste comemorava o sofrido triunfo, os jogadores tricolores cercaram a arbitragem, reclamando de um possível toque de mão do zagueiro Bruno Rodrigo. Por isso, após o jogo terminado, Felipe foi expulso e a tropa de choque da Polícia Militar protegeu o árbitro Paulo Henrique de Godoy Bezerra e seus assistentes.

CRUZEIRO 1 X 0 FLUMINENSE

Data: 16/10/2013 (quarta-feira)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Paulo Henrique Godoy Bezerra
Auxiliares: Fabrício Vilarinho da Silva e Nadine Schramm Camara Bastos
Renda: R$ 1.270.930,00
Público: 31.564 torcedores
Cartões amarelos: Rafael Sóbis, Rafinha, Rhayner (FLU); Lucas Silva, Egídio, Nilton, Willian (CRU)
Cartões vermelhos: Rafael Sóbis e Felipe (FLU)
Gols: Borges, aos 17 min do primeiro tempo;

CRUZEIRO
Fábio; Mayke, Léo, Bruno Rodrigo e Egídio (Ceará); Nilton, Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Borges (Dagoberto) e Willian (Élber)

Técnico: Marcelo Oliveira

FLUMINENSE
Klever; Edinho, Gum e Leandro Euzébio; Bruno, Jean, Rafinha (Rhayner), Wagner (Felipe) e Ailton (Igor Julião); Samuel e Rafael Sóbis

Técnico: Vanderlei Luxemburgo

* Atualizada às 23h54