Topo

Protesto do Bom Senso vira minuto de silêncio por Filipinas em súmula do Brasileiro

Do UOL, em São Paulo

14/11/2013 09h34

Os protestos do Bom Senso F.C. feitos por atletas antes do início de cada partida da rodada de quarta-feira do Brasileirão foram ignorados pelos árbitros nas súmulas oficiais de cada jogo. Na súmula feita por Francisco Carlos do Nascimento para o jogo entre Grêmio e Vasco, por exemplo, o protesto virou “minuto de silêncio pelas Filipinas”.

“Informo que foi respeitado um minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia das Filipinas”, relatou o árbitro, no espaço reservado para informações sobre atraso no início de partidas.

O país asiático foi atingido pelo tufão Haiyan, e mais de 10 mil pessoas podem ter morrido apenas nem Tacloban, cidade atingida por ondas de até cinco metros.

Outros dois árbitros relataram a existência de um minuto de silêncio antes do início das partidas, mas nenhum citou o protesto. Paulo Godoy Bezerra, árbitro de Vitória x Cruzeiro, relatou “homenagem antes do início da partida através de um minuto de silêncio ao Sr. Elder de Lima Chagas, conforme solicitação do documento apresentado pela Federação Bahiana”.

Já Emerson de Almeida Ferreira, árbitro de Botafogo x Portuguesa, informou que “foi respeitado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Sr. Mauricio Assunção, genitor do presidente do Botafogo”.

A súmula do duelo entre Flamengo e São Paulo, na qual os jogadores ficaram por um minuto tocando bola, após serem informados de que poderiam levar cartão amarelo caso ficassem parados, o árbitro Alicio Pena Júnior relatou apenas uma suposta “perda de tempo” para dar acréscimos.

Após a ameaça de cartão amarelo coletivo por parte do árbitro Alício Pena Júnior, o meia Elias e o zagueiro Chicão, do Flamengo, classificaram a atitude como "ditadura", ao deixar o gramado no intervalo de jogo. 

Já Rogério Ceni direcionou críticas à Rede Globo."Por que a Globo não pode ter jogo de segunda-feira? Futebol para o país, dá audiência todo dia. Os atletas se predispõem a ajudar, a jogar. Só não pode jogar quarta, domingo, quarta, domingo. Podemos desmembrar uma rodada no fim de semana. Campeonato Paulista não pode ter 23 rodadas. Isso não é encrenca, chama-se bom senso, que dá nome ao movimento. E não é nada político. Se tiver algo político nesse movimento um dia, eu sou o primeiro a ir embora", falou