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Viagem à Disney no meio do ano uniu elenco e moldou a 'família Cruzeiro'

Temporada do Cruzeiro na Disney foi decisiva para unir o grupo de jogadores e ajudou na conquista do título - Divulgação/Cruzeiro
Temporada do Cruzeiro na Disney foi decisiva para unir o grupo de jogadores e ajudou na conquista do título Imagem: Divulgação/Cruzeiro

Do UOL, em Belo Horizonte

17/11/2013 06h00

A campanha do Cruzeiro no Brasileirão foi marcada por alguns momentos especiais, como a eliminação para o Flamengo na Copa do Brasil que serviu de estímulo para o time disparar na liderança. Um desses pontos que serão lembrados pelos jogadores é a intertemporada realizada nos Estados Unidos, com direito a concentração na Disney, que contribuiu para a evolução da equipe dentro e fora de campo.

Nas cinco primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, o time celeste foi inconstante e deixou a desejar. Foram duas vitórias, dois empates e uma derrota. Após a perda do Campeonato Mineiro e este início irregular, a torcida cobrava dos jogadores e do técnico Marcelo Oliveira, que ainda convivia com desconfiança de boa parte dos cruzeirenses, por causa de seu ‘passado atleticano’.

Na parada do Brasileirão para a realização da Copa das Confederações, o time aproveitou para realizar uma preparação em solo americano. Em campo, foram dois amistosos contra Strikers e Monarcas Morélia, além de um jogo treino com o Fluminense, que também estava por lá. Foi tempo suficiente para o técnico Marcelo Oliveira corrigir alguns defeitos de posicionamento e poder treinar a equipe, que voltou ao Brasil com um ótimo desempenho depois da paralisação.

Mais importante, entretanto, foi o fato de viagem ter servido para estreitar o laço entre os jogadores. Com um elenco completamente reformulado, a grande maioria dos atletas se conheceu melhor nesta intertemporada. Mas a viagem acelerou esse processo de companheirismo e tornou os jogadores mais amigos, até mesmo gerando uma amizade entre as famílias, já que muitos levaram parentes aos Estados Unidos.

O zagueiro Dedé, por exemplo, estava há pouco tempo em Belo Horizonte e estava vivendo um momento difícil pessoalmente, com a doença da irmã pouco antes da viagem. Ele que havia jogado apenas com Diego Souza e Nilton, rapidamente criou uma grande amizade com Bruno Rodrigo, seu companheiro de zaga, o que ajudou no entrosamento da dupla em campo e com outros atletas, como o atacante Luan.

Os jogadores aproveitavam os dias de folga para saírem juntos e conhecerem o país, dando uma cara de excursão a viagem que uniu os atletas, a comissão técnica e até mesmo a diretoria, já que até o presidente Gilvan de Pinho Tavares esteve presente nos 14 dias que a equipe esteve em solo americano. Ele atribuiu grande parte do sucesso do Cruzeiro no Brasileirão a este período de treinamentos.

“Precisávamos de receita naquele momento para cobrir o período que ficamos parados por causa da Copa das Confederações, que foram 40 dias sem jogar futebol. Nós tivemos uma receita mínima que deu 5 mil pagantes no estádio e o empresário que nos levou pagou todas as despesas, hospedagem, passagem e nos proporcionou fazer uma boa intertemporada, que foi um fator fundamental para o desenvolvimento da equipe nesse ano”, explicou Gilvan Tavares.

O efeito de amizade que essa viagem construiu no grupo como um todo foi fundamental para criar um bom ambiente na Toca da Raposa II que possibilitou acolher novos jogadores como Júlio Baptista e Willian rapidamente. Em menos de quatro meses no clube, os dois já se sentem completamente adaptados. Por isso, o volante Luca Silva destacou a união como chave do sucesso do Cruzeiro na temporada.

“É a união, porque nunca vi um grupo tão unido, tão fechado, o que a gente passou, o que teve que construir. Com a consciência de cada um, todos entendendo a metodologia do Marcelo Oliveira e a união foi muito forte. O nós sobressaiu sobre o eu em todos os jogos. A união é um resumo do time nesse campeonato”, destacou o volante.