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Perdida, Portuguesa comete gafe sobre Flu e sofre com sumiço de diretoria

Guilherme Costa e Luis Augusto Simon

Do UOL, em São Paulo

11/12/2013 16h25

Uma cena inusitada nesta quarta-feira resumiu o caos político que a Portuguesa vive. Envolvida em um escândalo que pode culminar com o rebaixamento à segunda divisão do Campeonato Brasileiro, a equipe rubro-verde escolheu como porta-voz um dirigente que ainda nem assumiu o cargo. Ele admitiu desconhecimento sobre a situação, acusou o Fluminense e cometeu uma gafe.

O escolhido para representar a Portuguesa em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira foi Orlando Cordeiro de Barros, que vai assumir no início de janeiro a vice-presidência jurídica do clube. Pouco antes, a cúpula da área havia feito uma reunião com a presidência. O futuro responsável pela pasta não participou.

A entrevista coletiva já passava de 15 minutos quando foi interrompida por Alexandre Barros, jornalista e conselheiro da Portuguesa. Ele disse que havia apurado irregularidade em súmulas do Fluminense e pediu para ter uma conversa particular com Orlando Cordeiro de Barros.

O futuro vice-presidente levantou e deixou a sala por poucos minutos. Voltou com as mãos cheias de papéis com súmulas de jogos do Fluminense no Campeonato Brasileiro e relatou um problema.

Segundo ele, o atacante Rhayner, do Fluminense, não podia ter atuado no clássico contra o Botafogo, realizado depois da interrupção do Campeonato Brasileiro para a Copa das Confederações. O jogador havia sido expulso antes do intervalo, em partida contra o Goiás.

No entanto, o Fluminense teve um jogo entre as partidas contra Goiás e Botafogo. E o duelo foi justamente contra a Portuguesa, válido pela segunda rodada, mas que havia sido adiado por causa da participação da equipe tricolor na Copa Libertadores.

A suspeita infundada foi apenas um exemplo de algo que se repetiu em toda a conversa de Cordeiro de Barros com jornalistas. Sempre que foi questionado sobre procedimentos do clube e detalhes da história, o futuro vice-presidente tergiversou.

“Olha, eu não estava aqui. Não posso falar sobre o passado. Vou pegar o carro agora”, disse o futuro dirigente.

Em outro momento, Cordeiro de Barros reconheceu que acompanhou pouco do que aconteceu com a Portuguesa nos últimos dias: “Minha mãe está na UTI. Eu nem dormi ontem”.

A Portuguesa corre risco de ser punida pela escalação do meia Heverton na última rodada do Campeonato Brasileiro, realizada no domingo. Na sexta-feira, o jogador havia sido julgado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e punido com duas partidas de suspensão (ele já havia cumprido uma).

Heverton, que havia sido expulso contra o Bahia, já havia cumprido um jogo de suspensão contra a Ponte Preta. Ele entrou em campo aos 32min do segundo tempo da partida contra o Grêmio, no último domingo.

Por causa disso, a Portuguesa pode ser punida e perder até quatro pontos. Se isso acontecer, o time paulista será rebaixado e salvará o Fluminense, que caiu para a segunda divisão.

Em meio a essa polêmica, a atual diretoria da Portuguesa resolveu se fechar. O presidente Manuel da Lupa não aceitou conversar com a imprensa, assim como o atual vice-presidente jurídico do clube, Valdir Rocha. Osvaldo Sestário Filho, advogado que representou a equipe no STJD, também foi orientado pela cúpula a evitar pronunciamentos.