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Torcida do Flu protesta contra 'perseguição da mídia' e diz que Lusa é vítima

Renan Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

21/12/2013 14h20

Um grupo de cerca de 50 torcedores do Fluminense realizou um ato em frente à sede do clube para protestar contra o que consideram uma 'perseguição da imprensa'. Munidos de cartazes e um microfone, os tricolores reclamaram do tratamento da mídia após a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de tirar pontos da Portuguesa, que acabou rebaixada à série B, e do Flamengo, que se manteve na primeira divisão do Brasileirão.

O grupo argumenta que o Fluminense não teve influência no erro do time paulista e que seus torcedores estão sendo ofendidos e até agredidos nas ruas do Rio de Janeiro. O conselheiro Marcos Vinicius Caldeira, que discursou na entrada do clube, também prestou solidariedade aos torcedores da Portuguesa. Cartazes diziam que a Lusa também 'era vítima'.

"Estamos sendo massacrados pela opinião pública que não parou para investigar, nos culpou por algo que não fizemos. Mas também gostaria de prestar solidariedade ao torcedor da Portuguesa, que foi o grande prejudicado. Sugiro que investiguem o que houve para que a diretoria deles cometesse um erro tão absurdo. Espero que a verdade apareça", discursou o conselheiro.

Os torcedores chegaram até mesmo a confeccionar uma camiseta com a imagem de alguns jornalistas que se posicionaram contra a decisão do STJD nas últimas semanas. O 'abraço ao Fluminense' foi marcado pela internet por um grupo de torcedores e conselheiros. A expectativa de cerca de 200 tricolores, porém, não se confirmou.

Entenda o caso
A Portuguesa perdeu quatro pontos pela escalação irregular do meia Heverton no empate por 0 a 0 com o Grêmio, na última rodada do Campeonato Brasileiro, em julgamento realizado na última segunda-feira. O jogador recebeu dois jogos de suspensão do STJD por conta da expulsão contra o Bahia, na 36ª rodada, mas cumpriu apenas um e foi utilizado de maneira irregular.

O Flamengo também foi punido com perda de quatro pontos e multa de R$ 1 mil, mas se manteve na série A por conta da pontuação. A decisão do STJD resultou em mudança na tabela e levou a Portuguesa para a 17ª posição, com 44 pontos - dois a menos do que o Fluminense, que subiu para o 16º lugar e escapou da queda.

Os times entraram com recurso e o caso será julgado novamente, desta vez no Pleno do STJD, no dia 27 deste mês. Flamengo e Portuguesa também estudam acionar a Fifa contra a perda de pontos no Brasileirão.

CONFIRA OUTRAS DECISÕES POLÊMICAS DO STJD

  • 2004 - São Caetano - São Caetano punido com a perda de 24 pontos no Campeonato Brasileiro pela suposta escalação irregular do zagueiro Serginho, que morreu cerca de uma hora após desmaiar durante jogo contra o São Paulo, no Morumbi.

    2005 - Brasileirão - O Campeonato Brasileiro de 2005 vivenciou uma das maiores polêmicas do futebol nacional, quando foi descoberto que o árbitro Edílson Pereira de Carvalho havia manipulado 11 jogos por um esquema de apostas. A polêmica aumentou porque o STJD decidiu anular os 11 jogos e repeti-los novamente. O Corinthians tinha dois de seus jogos entre os 11. Não havia feito nenhum ponto nestes duelos, mas, com a repetição, fez quatro. Foi campeão com três pontos acima do Internacional, o vice-campeão.

    2008 - Grêmio - O zagueiro Léo foi punido com 120 dias de suspensão, o também defensor Réver pegou gancho de três jogos, e o atacante Morales não poderá atuar por oito partidas. Os três jogadores foram julgados por lances ocorridos na partida contra o Botafogo, no último dia 4, em que o Grêmio venceu por 2 a 1. Léo, que foi expulso na oportunidade, foi indiciado por chutar Jorge Henrique, do time carioca, sem a bola estar em disputa. Já Rever foi punido por empurrar o meia Carlos Alberto, e Morales era acusado de fazer falta violenta no lateral Alessandro.

    2009 - Coritiba - O Estádio Couto Pereira será interditado até serem atendidas melhorias de segurança a serem determinadas pela CBF. Depois de cumprida esta pena, passa a valer a cassação de 30 mandos de campo, válida para os jogos da Série B e da Copa do Brasil. Além disso, o clube terá de pagar multa de R$ 610 mil. Acabou cumprindo dez perdas de mando.

    2009 - Botafogo - Pego no doping, o atacante Jobson foi punido com dois anos pelo STJD. Porém, depois teve pena abrandada para seis meses. Ele foi flagrado pelo uso de cocaína em dois exames antidoping realizados na reta final do Brasileirão- contra Palmeiras e Coritiba.

    2010 - Canedense - A briga que envolveu torcedores da Canedense e jogadores do Vila Nova-GO deixou um jogador do time visitante queimado e fora dos gramados por 40 dias. Após a confusão, o STJD resolveu interditar o estádio por 30 dias.

    Mamoré 2010 - Vitinho foi escalado de maneira irregular em jogos do Módulo II e o Clube Patense foi derrotado. Os auditores entenderam que houve a irregularidade e por 8 votos contrários decretaram o Mamoré culpado e decretaram a perda de 7 pontos dentro do Módulo II.

    2010 - Grêmio Prudente- A equipe do interior paulista escalou o zagueiro Paulão em partida contra o Flamengo, pela 3ª rodada do Brasileirão, no final de semana. O problema é que o defensor havia sido suspenso pelo STJD na sexta-feira, e não poderia ter entrado em campo no Macaranã. A defesa do Prudente alegou que o tribunal só notificou o clube na segunda-feira, mas não houve conversa: o time teve três pontos subtraídos e ainda teve que pagar multa de R$ 1 mil. Paulão também foi julgado e corria risco de ser suspenso por um ano, mas foi absolvido.

    2011 - Rio Branco, do Acre, foi desclassificado da Série C do Campeonato Brasileiro 2011. O clube foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e, além da eliminação, teve que arcar com mais de R$ 13 mil em multas. O time infringiu o artigo 231 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) ao mandar um jogo na Arena da Floresta, que havia sido interditada.

    2013 - Carlos Alberto - Carlos Alberto, atualmente sem clube, foi condenado a um ano de suspensão por doping.

    2013 - Paysandu - Perda de seis mandos de campo e mais R$ 80 mil de multa pecuniária. O clube foi julgado na sede do órgão, no Rio de Janeiro, por conta dos incidentes que aconteceram na partida contra o Avaí, no dia 18 de outubro, no Estádio da Curuzu. Na ocasião, um grupo de torcedores bicolores arremessaram objetos ao gramado, inclusive bombas caseiras, e a partida foi encerrada pelo árbitro Grazianni Maciel Rocha aos 37 minutos do segundo tempo.