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Brasileirão começa com técnico campeão candidato a abrir dança das cadeiras

Do UOL, em São Paulo

18/04/2014 12h01

No Brasileiro, não há tempo para o treinador respirar. Basta ver o histórico das últimas duas competições. Em 2013, 16 trocas de comando foram feitas em 19 rodadas. Um ano antes, sete treinadores já tinham pegado seu chapéu nas 11 primeiras datas. Em 2014 será diferente?

Diversos treinadores entram em campo neste fim de semana na estreia da Série A já com a corda no pescoço. E tem até campeão que pode não resistir a uma sequência de resultados ruins. É o caso de Jayme de Almeida, no Flamengo. Comandante do melhor time do Estado do Rio de Janeiro, ele não caiu nas graças da maior torcida do Brasil e está em constante pressão a cada vez que sua equipe entra em campo.

Seu adversário na estreia será o Goiás, que tem em Ricardo Drubscky uma nova aposta. Vindo do Paraná após apenas um jogo, ele tenta mostrar que pode voltar a ser considerado bom treinador, como aconteceu em 2012, quando levou o Atlético-PR de volta à elite do futebol.

Outro que pode estar na corda bamba é Oswaldo de Oliveira. Tido por muitos como em um dos seus melhores momentos da carreira, após levar o Botafogo à Libertadores, Oswaldo pode sentir o efeito do vice-campeonato no Paulista caso não inicie o Brasileirão de forma positiva. Para isso, ele precisa que a contratação de mais de R$ 40 milhões de Leandro Damião funcione. Mais do que isso. Ele tentará mostrar que as categorias de base da Vila Belmiro são as melhores do país.

Um tropeço diante do Sport na primeira rodada pode já colocar por água abaixo qualquer clima de paz para trabalhar. Nem aí para isso, a equipe de Pernambuco, comandada por Eduardo Baptista, filho de Nelsinho, quer manter o bom momento que vive. O Leão da Ilha foi campeão da Copa do Nordeste e saiu à frente na final do Pernambucano diante do Náutico, seu grande rival, hoje, na Série B.

Vindo da Segundona, aliás, o Palmeiras não pode falar que vive em paz com Gilson Kleina. Apesar de ser mantido pela diretoria após o revés no Paulistão, o treinador não para de receber críticas de seus torcedores e também não consegue esquecer que, no início do ano, ele foi colocado publicamente como segunda opção da diretoria, que quis Marcelo Bielsa.

Um bom início também é o que precisam Corinthians, Grêmio, Atlético-PR e Vitória. O que une os quatro times é o fracasso nos respectivos estaduais. E os dois treinadores das equipes do sul são os que mais sentem a pressão. Enderson Moreira viu sua equipe tomar de 4 do principal rival, enquanto Miguel Ángel Portugal, além de não classificar sua equipe nem para a final do Paranaense, foi eliminado na Libertadores.


Mano Menezes e Ney Franco não estão em situação tão complicada, mas também não podem dizer que têm noites tranquilas. O corintiano sofre desde a eliminação precoce no Paulistão, mas tem força por causa de seu passado no alvinegro. Situação semelhante a do comandante do Vitória, que sofre por ver o arquirrival campeão do Estadual e com a eliminação da Copa do Nordeste. O que lhe dá sustentação é bom Brasileirão de 2013.

 

Do passado também vive Muricy Ramalho. Eliminado pelo Penapolense dentro de casa, o São Paulo vê no seu comandante o mais bem sucedido nos últimos tempos, com a conquista do tri do Brasileirão. No domingo, o adversário no banco de reservas vive situação completamente diferente. Vágner Mancini fará sua estreia à frente do tumultuado Botafogo, eliminado na Libertadores. Seus últimos dois títulos aconteceram trabalhando no Nordeste, com o Vitória, em 2008, e Ceará, em 2011.

Gilmar Dal Pozzo, treinador do Chapecoense, talvez seja o mais desconhecido entre os da Série A. Sua missão é provar que a continuidade à frente de um elenco faz a diferença. No comando desde 2012, ele é o que tem a maior longevidade do torneio. O desempenho não satisfatório no Estadual, que teve como campeão o Figueirense é o que não lhe dá tranquilidade no trabalho.

Por fim, tranquilidade é o que Cristóvão Borges terá que dar ao Fluminense. Com a guerra declarada entre equipe e torcida organizada, a diretoria precisará falar a mesma língua do patrocinador para dar a seus torcedores a chance de ter um time novamente com chances de ser campeão, como foi em 2012, e não lutando para não cair e depender do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), como foi em 2013.