Topo

Caso Kardec e nova derrota levam Nobre a mais um momento crítico

Do UOL, em São Paulo

05/05/2014 06h00

O presidente Paulo Nobre conseguiu remontar o Palmeiras após assumir o clube rebaixado da gestão Arnaldo Tirone, impôs política salarial para o futebol que ajudou a cortar custos, fez contratações importantes, conseguiu devolver o time à Série A com grande campanha, mas já coleciona pelo menos quatro momentos mais críticos em pouco mais de 16 meses na função. Agora, com a repercussão negativa – dentro e fora do clube – pela condução na saída de Alan Kardec e com os resultados negativos em campo, ele vai para o quinto.

Como publicou o Blog do Perrone no domingo, Paulo Nobre foi criticado por membros  do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) pela condução da polêmica transferência de Kardec para o rival São Paulo. Os cofistas não condenaram Nobre pela negociação e aprovaram a forma como o presidente agiu, oferecendo contrato dentro do modelo por produtividade. O modo como o presidente agiu diante da imprensa, atacante o presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar, gerou reclamações. À parte da torcida, ficou marcado negativamente por ter perdido o atacante frente à proposta rival.

Soma-se ao momento, agora, a nova derrota do Palmeiras – sem Kardec. Desta vez para o Flamengo, de virada, no Maracanã. Ao fim da partida Gilson Kleina já teve de ouvir as primeiras perguntas sobre pressão e temor pela demissão, tema que relembra outro momento crítico em que Nobre teve de explicar as ações de sua diretoria.

No fim de 2013 a diretoria do Palmeiras procurou o técnico argentino Marcelo Bielsa para substituir Gilson Kleina após o fim do contrato e no retorno do clube para a Série A. O diretor-executivo José Carlos Brunoro, assim como Nobre, não pretendiam que o caso fosse noticiado, para que não afetasse Kleina, mas a busca por Bielsa acabou noticiada. Depois, o presidente disse crer que procurar o técnico argentino não foi desrespeito a Kleina, mas sim um processo normal do futebol. Após reuniões, Kleina teve o contrato renovado.

Anteriormente, em agosto do ano passado, o presidente teve de lidar com outro momento negativo. Frente à eliminação do Palmeiras para o Atlético-PR na Copa do Brasil, após derrota por 3 a 0, classificou o episódio como “vergonhoso”. As declarações renderam pedidos de explicações ao presidente, que afirmou que devia uma resposta à torcida do clube e tentava blindar o elenco de problemas externos.

Em outro momento crítico, ele iniciou a blindagem que mantém com sucesso até hoje: rompeu a ligação do Palmeiras com as principais torcidas organizadas ao ver seu elenco ser hostilizado e agredido por uniformizados em Buenos Aires, após perder do Tigre na Argentina. Na ocasião, o goleiro Fernando Prass acabou com um ferimento na orelha por estilhaços de uma xícara arremessada em direção à sua cabeça. A partir de então o presidente assumiu clara postura contra as organizadas e cortou regalias.

No primeiro momento mais complicado que teve como presidente do Palmeiras, Nobre tomou a decisão que lhe permitiu montar a equipe que seria campeã da Série B. Aceitou vender o atacante argentino Hernán Barcos para o Grêmio, em troca de R$ 4 milhões somados ao empréstimo do atacante Leandro e a cessão do zagueiro Vilson, do volante Leo Gago e do meia Rondinelly.