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Polêmica com Lúcio ofusca vitória e reforça protagonismo de Sheik no Bota

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/05/2014 06h07

O Botafogo venceu o Palmeiras por 2 a 0 na última quarta-feira, jogando em Presidente Prudente. O triunfo que tirou o time da zona de rebaixamento, no entanto, ficou em segundo plano. O principal assunto da noite foi a discussão entre Emerson Sheik e Lúcio durante a partida. Após mais uma prova de sua força, o atacante reforça seu protagonismo no Alvinegro, mesmo com apenas dois meses de casa.

Ainda no primeiro tempo, Sheik e Lúcio se desentenderam e discutiram por alguns segundos. No intervalo, o atacante disse que o zagueiro o chamou de gay e insinuou que o rival tenha sido homofóbico. “Ele [Lúcio] é mau caráter, todo mundo sabe isso. Isso serve muito para quem tem a opção sexual bem definida. Além do caráter duvidoso, é conhecido assim. Ainda é preconceituoso. Ele me chamou de gay, o que não é meu caso. Me chamou de gay como se eu fosse um monstro", desabafou Emerson ao SporTV.

No fim do jogo, Lúcio tomou conhecimento do que Sheik havia falado e disse que o jogador do Botafogo terá que provar que ele falou isso. Além disso, relembrou o problema do rival, acusado de contrabando na compra de um veículo usado. O camisa 7 do Alvinegro reiterou o que disse e afirmou que conversará com seu advogado sobre o assunto.

A polêmica com Lúcio, no entanto, foi apenas o capítulo mais recente da movimentada passagem de Sheik pelo Botafogo. O jogador não demorou muito para conquistar os torcedores, marcando um gol logo em sua estreia, contra o Internacional, no Maracanã. O sucesso gerou a primeira polêmica, mesmo que ele não tivesse culpa.

Empolgada, a torcida criou uma música pornô [Sheik Careca] para o atacante baseada em um funk daqueles que abusam dos palavrões e de alusões ao sexo. No caso, a palavra careca faz rima com uma gíria para o órgão sexual feminino. O jogador do Botafogo não se mostrou muito confortável e os torcedores já planejam uma alternativa.

A moral adquirida instantaneamente com a torcida tornou Sheik o maior protagonista do Botafogo. Com força, ele cobrou duramente os companheiros após derrota para o Goiás, pedindo mais empenho. E ninguém reclamou, pelo contrário. As declarações deram ainda mais entusiasmo ao atacante, que até mesmo aproveitou brecha de Jefferson para se tornar capitão do Alvinegro.

Por outro lado, os holofotes trazem também atenção dos adversários, que buscam o ponto fraco de Sheik para desestabilizá-lo. Por isso, frequentemente o atacante do Botafogo tem figurado em lances polêmicos e algumas brigas. Na semana passada, ele agrediu o segurança do Grêmio após confusão no fim do jogo. Na última quarta, novo entrevero, dessa vez com Lúcio.

O próximo capítulo de Sheik no Botafogo não acontecerá nesse domingo, quando o time visitará o Corinthians, no Itaquerão. Uma cláusula contratual impede que ele entre em campo. Além disso, ele recebeu o terceiro cartão amarelo e se confirmou como desfalque diante do seu ex-time. A torcida de General Severiano certamente sentirá falta do seu atacante, que já avisou: torcerá pelos companheiros assistindo à televisão em seu barco.