Grêmio tira lição da Copa do Mundo e reforça defesa com zagueiro na lateral

Um dos principais legados táticos desta Copa do Mundo é a volta da utilização de três zagueiros. Algo que já ocorria na Europa, mas estava em desuso no Brasil, o trio de defensores, mesmo que um apareça eventualmente como lateral ou volante, foi repetido por muitas seleções no Mundial. E a lição chegou até o Grêmio. Nas últimas atividades, Enderson Moreira promoveu a entrada do zagueiro Saimon na lateral e tal situação deve se manter para retomada do Brasileirão.

Tanto no sábado quanto no domingo, o treinador gremista preteriu jogadores da função, como Breno e Marquinhos, para escalar Saimon na lateral esquerda. O zagueiro de origem já havia atuado na direita no começo de sua carreira, mas há anos que não jogava aberto.

Até mesmo o jogador vê sua entrada na equipe titular como 'legado' da Copa do Mundo. Segundo ele, as equipes que reforçaram a primeira linha de zaga se destacaram no Mundial.

"Não só na Copa, mas temos visto muito isso hoje em dia. Não basta só atacar. Primeiro, o time precisa da consistência defensiva. Vimos muitos jogadores mais defensivos atuando pelo lado do campo. O esquema tático deixa a área e os lados totalmente protegidos. Isso dá mais liberdade para os jogadores de frente. No Grêmio, temos jogadores de lado na linha da frente, é melhor proteger estes jogadores, tendo uma boa consistência e deixando eles livres da marcação. É uma preocupação a menos para o jogador de frente não ter que marcar, e para o técnico também, porque o time não ficará vulnerável", disse o defensor.

A primeira linha gremista, que defende a meta de Marcelo Grohe, de acordo com os últimos treinamentos, é: Pará, Pedro Geromel, Rhodolfo e Saimon. A entrada dele saca da equipe o lateral esquerdo Breno, que tem como principal característica a chegada na frente.

"Eu acho que a principal característica do jogador hoje precisa ser a consciência tática. É preciso ler o jogo e saber o momento certo de atacar e defender. É uma virtude no futebol moderno. Minha primeira função sempre foi marcar, até porque sou zagueiro de origem. Ele [Enderson Moreira, técnico] me disse que confia no meu potencial de marcação. Mas se tiver que participar de jogadas na frente, não vou me omitir. O ataque precisa, muitas vezes, de suporte. Minha primeira função é marcar, mas se puder ajudar, também vou fazer", explicou Saimon.

Holanda e Alemanha são exemplos claros da utilização de zagueiros com mais de uma função no setor. Höwedes no time alemão, por exemplo, joga como lateral esquerdo e é zagueiro na origem. Na Holanda, há um trio de zagueiros e Martins Indi, quando necessário, abre na esquerda.

"A primeira atitude do time precisa ser a defesa. Vimos na Copa do Mundo que times com uma boa consistência defensiva podem conquistar resultados. Minha primeira função será esta. E do meio para frente, o pessoal tem muita qualidade para decidir individualmente. Muitas vezes nem vou precisar ajudar é melhor não participar do lance de ataque para que nossos jogadores das beiradas tenham espaço para jogada individual", finalizou

O Grêmio treina na tarde desta segunda-feira. O primeiro jogo da retomada do Brasileirão será diante do Goiás, na quarta-feira, às 19h30, na Arena.