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Planejamento? Palmeiras troca jogadores e muda sem parar desde janeiro

Ricardo Gareca comandou o Palmeiras pela primeira vez como mandante - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
Ricardo Gareca comandou o Palmeiras pela primeira vez como mandante Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

30/07/2014 06h00

A irregularidade do Palmeiras custou a Gilson Kleina sua demissão em maio. Alberto Valentim assumiu até a pausa para o Mundial; o sucessor, Ricardo Gareca, teve um mau começo: venceu apenas um jogo, e perdeu três. É difícil, porém, apontar dedos e criticar o trabalho dos técnicos diante das incessantes mudanças no elenco alviverde.

Comandar o Palmeiras em 2014 é como tentar montar um quebra-cabeças, com uma pessoa ao lado embaralhando e trocando as peças constantemente. Jogadores importantes saem, reforços chegam. Estes mesmos reforços saem, e novos aparecem.

A dimensão da instabilidade fica evidente com a análise do time alviverde em três momentos chave da temporada: na estreia no Campeonato Paulista, contra o Linense; na eliminação nas semifinais do mesmo torneio, diante do Ituano, e na última derrota pelo Brasileirão, diante do Corinthians, no último domingo.

Entre contusões e mudanças no elenco, apenas Wesley começou jogando nas três ocasiões. Entre os três jogos, foram titulares quatro laterais; cinco zagueiros; quatro volantes; três meias e cinco atacantes. Não para por aí: até agora, no Brasileirão, o Palmeiras utilizou 34 jogadores, e é líder neste quesito na competição.

Não são só jogadores que estão fora dos planos do clube que saem, mas também peças chave do time. Henrique, capitão e um dos principais líderes do grupo, foi negociado com o Napoli no final de janeiro. Alan Kardec, artilheiro da equipe, foi para o rival São Paulo em maio, depois de tensas rodadas de negociações pela sua permanência com a cúpula alviverde. O lateral esquerdo Juninho foi para o Fluminense no último domingo.

Alguns reforços contratados para a temporada saíram em questão de meses: Marquinhos Gabriel e William Matheus são alguns exemplos. Ao mesmo tempo, chegam contratações pedidas por Gareca, em sua maioria, estrangeiros, como Tobio, Mouche e Allione.

O treinador argentino mal chegou e já começa a sofrer com os efeitos do volátil elenco palmeirense. Com as saídas de William Matheus e Juninho, ficou praticamente sem lateral esquerdo, e teve que escalar o jovem Victor Luís, formado nas categorias de base, em um clássico contra o rival Corinthians.

Entrando no oitavo mês do ano de seu centenário, o Palmeiras ocupa a 12ª posição no Campeonato Brasileiro, com 13 pontos; o Coritiba, 17º e primeiro na zona do rebaixamento, tem 10. Ainda restam 26 rodadas, mas o fantasma ainda está fresco na memória do torcedor alviverde.

Para evitar um vexame em um ano histórico, Gareca vai precisar adaptar seus jogadores ao seu estilo de jogo e ao futebol brasileiro, ao mesmo tempo encontrando o time ideal. Para isso, terá que convencer a diretoria a trazer, sim, mais reforços, mas sem embaralhar mais suas cartas até o fim do Brasileirão.