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Liderança 'folgada' não evita pesadas críticas do Cruzeiro às arbitragens

Do UOL, em Belo Horizonte

10/08/2014 10h00

O Cruzeiro pouco teve a sua liderança ameaçada no Campeonato Brasileiro e tem ‘sobrado’ em relação aos adversários. Porém, a campanha positiva não evita a pressão de dirigentes do time celeste em cima da arbitragem nacional. As reclamações do time mineiro são recorrentes no primeiro turno da competição.

Em pelo menos quatro dos 14 jogos do Brasileirão, o Cruzeiro deixou o gramado esbravejando contra a arbitragem. O caso mais recente foi no empate de sábado, por 0 a 0, diante do Criciúma. O técnico Marcelo Oliveira, o gerente de futebol Valdir Barbosa e os jogadores reclamaram de erros do árbitro baiano Jailson Macedo de Freitas.

O Cruzeiro reclamou da marcação de um impedimento do atacante Marcelo Moreno no segundo tempo, no lance do gol de Willian. O clube também reclama de outro gol anulado na etapa inicial. Marquinhos colocou a bola nas redes, mas a arbitragem marcou falta de Ricardo Goulart sobre o zagueiro Fábio Ferreira. 

“O juiz não foi bem, em algumas faltas não houve critério, uma falta no final do jogo no Goulart ele não deu, pouco antes, a mesma falta do outro lado ele marcou. Todos acharam que foi falta, o Goulart disse que foi tocado e depois do jogo, no vestiário, sabendo que o gol foi alguma coisa de falta, mas no outro não estava impedido. É ruim você disputar a liderança e ter um erro de impedimento”, comentou Marcelo Oliveira.

O gerente de futebol da equipe celeste, Valdir Barbosa prometeu que o clube entrará com reclamação formal junto a Comissão de Arbitragem da CBF, mostrando os erros do trio de arbitragem. O dirigente chamou o árbitro Jailson de juiz “caseiro”.

A crítica celeste à arbitragem do Brasileirão já começou na primeira rodada do torneio, na vitória sobre o Bahia, por 2 a 1, em Salvador. O diretor de futebol Alexandre Mattos não se mostrou satisfeito com a arbitragem de Luiz Flávio de Oliveira e dos seus auxiliares Flávio Gomes Barroca e Lorival Candido das Flores, por não terem marcado um pênalti em Alisson e pela validação do gol de Anderson Talisca, o de honra do time da casa.

“Não deu pênalti na cara dele no Alisson, temos de reclamar, se perde e vem reclamar é choradeira, então tem de lamentar agora, cartões estranhos para os dois lado, o bandeira inverteu o lance de escanteio e tomamos gol”, disse o dirigente à época.

Na rodada seguinte, nova reclamação da diretoria celeste aconteceu após o tropeço com o São Paulo, empate por 1 a 1 em Uberlândia. O alvo foi o juiz Wagner do Nascimento Magalhães. O presidente celeste, Gilvan de Pinho Tavares reclamou da marcação de uma falta do zagueiro Bruno Rodrigo em Luís Fabiano. Na cobrança, Antonio Carlos assinalou o tento para o time paulista.

“Nós temos que conversar pessoalmente com o presidente da CBF para que eles comecem a levar a sério a questão da arbitragem no Brasil. É duro você investir em time, mais do que os outros, e eles trazerem árbitros para ajudar o adversário a ter um resultado favorável contra o Cruzeiro. A falta foi criada pelo árbitro”, afirmou Gilvan Tavares na ocasião.

A crítica mais pesada veio, porém, após derrota no clássico mineiro, contra o Atlético. E o alvo foi a auxiliar Fernanda Colombo, que errou a marcação de um impedimento em que o Cruzeiro teria a chance de empatar a partida. O Cruzeiro atuava com dez jogadores no momento, já que Luan havia sido expulso. Irritado, o diretor de futebol Alexandre Mattos mandou a assistente posar nua para a revista masculina Playboy, por ser considerada musa.

“Estão tentando promover ela porque ela é bonitinha e não é por ai. Ela tem que ser boa de serviço, profissional e competente. O erro dela foi muito, muito, muito anormal, coisa de quem está começando uma carreira. Se é bonitinha, que vá posar para a Playboy, não trabalhar com futebol”, disse o dirigente, que em julgamento no STJD foi punido por 120 dias por declarações preconceituosas, pena que está cumprindo.