MP quer perícia de imagens para identificar torcedores de briga em Santos

O Ministério Público de São Paulo analisará as imagens da briga entre torcedores de Santos e Corinthians do último domingo, ocorrida horas antes da partida pelo Campeonato Brasileiro. A intenção da perícia é identificar personagens que eventualmente tenham histórico de envolvimento em incidentes do gênero. O registro do conflito nas imediações da Vila Belmiro são de autoria de um cinegrafista amador.

O vídeo e objetos que se perderam na batalha campal, como barras de ferro e pedaços de madeira, constarão no relatório preparado pelo 6º Batalhão da Polícia Militar, que estava envolvido na operação de segurança do clássico na Baixada Santista. A análise será encaminhada à Federação Paulista de Futebol e ao MP estadual nas próximas horas.

A condução do caso ficará a cargo do promotor Roberto Senise, responsável pelos direitos do consumidor. O integrante do MP é o mesmo que pediu a extinção da Gaviões da Fiel em 2013 após incidentes com a torcida do Vasco, em Brasília, e com organizados do São Paulo, em briga na Marginal Tietê.

"As imagens veiculadas não são ruins. Acredito que a perícia tem condições de fazer um trabalho de aproximação", afirmou Senise em contato com a reportagem do UOL Esporte.

"(Um trabalho) feito pela própria polícia criminalística. O Ministério Público recebe as imagens coletadas e pode pedir uma complementação, se for o caso. Em seguida pode encaminhar o torcedor por responsabilidade criminal, ou a torcida por responsabilidade civil. Neste caso, com as imagens que temos disponíveis creio que existe uma boa probabilidade", acrescentou.

De acordo com a polícia, o incidente aconteceu fora do perímetro de segurança de dias de jogos em Santos, com alguns quarteirões de distância para o estádio.

"A gente prepara barreiras neste perímetro, confere ingressos para permitir a entrada dos torcedores. No perímetro correu tudo normalmente. Ainda escoltamos dez ônibus vindos de São Paulo, sem incidentes", informou o Capitão Bonifácio, envolvido na operação do 6º Batalhão da PM.

No incidente, cerca de 200 santistas fecharam duas ruas próximas ao portão 21 da Vila Belmiro. Eles, então, cercaram um grupo na casa de 50 corintianos – torcedores moradores de Santos – que se dirigiam à entrada reservada ao time da capital.

Santistas e corintianos usaram madeiras como arma para briga. No vídeo amador que circulou pela internet, é possível ver um torcedor do Santos manejando um rojão para o ataque (aos 20 segundos). Na cena, o homem em questão mira o artifício nos rivais.

Pelo menos cinco torcedores ficaram terminaram o confronto feridos. O atendimento dos casos mais graves foi feito dentro da Vila Belmiro. Segundo a Polícia Militar, não houve detidos, e os homens que participaram da primeira briga entraram no estádio a tempo de ver o primeiro tempo do clássico. 

Quatro torcedores foram encaminhados a um hospital de Santos após conflito nos arredores da Vila Belmiro, sendo liberados na noite de domingo. Segundo relatos de funcionários, houve uma tentativa de invasão de sala por parte de corintianos, para agressão de um santista. A ação foi contida pelos próprios funcionários de plantão.