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Elias no ataque é a chave para um Corinthians ofensivo. Mas não se acostume

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

22/08/2014 06h00

O Corinthians de Mano Menezes foi questionado várias vezes sobre o estilo de jogo monótono e a falta de gols, a ponto de irritar o treinador. Na última quinta, contrariando seu histórico, fez 5 a 2 no Goiás no Itaquerão. Uma das chaves para isso é a presença de Elias no ataque.

“O Mano pediu para a gente arriscar um pouco mais no ataque, porque ia sofrer na defesa”, disse o volante, que marcou um e quase fez outros três. “Dois gols de cabeça, um bico ali no primeiro tempo. É o que eu gosto de fazer, chegar no ataque”, completou Elias, em entrevista à rádio Globo.

Foi dele o segundo gol do time, que recolocou o Corinthians na partida após um inesperado 2 a 1 do Goiás. Era a quarta vez que ele chegava à área rival como homem surpresa, exatamente como Mano Menezes pediu aos seus meio-campistas.

Não é a primeira vez que Elias sobe e é decisivo no ataque. Contra o Bahia, pela Copa do Brasil, e o Palmeiras, no Brasileiro, ele já havia sido decisivo dentro do Itaquerão. Um homem a mais, com a qualidade que ele tem para se posicionar, sempre faz diferença para o Corinthians.

“Apesar da fama, eu gosto que o volante entre na área também. Vejo Elias como um jogador completo. Hoje ele é mais experiente dentro do jogo, chega na frente mais vezes no momento certo. É um jogador que tem facilidade de fazer gol. Importante ter alguém assim. A bola também conhece quem conhece”, disse Mano Menezes.

O problema é o custo que isso tem para a equipe, ainda mais agora que Petros deve passar um tempo fora – embora esteja livre pelo efeito suspensivo, ele ainda será julgado pelo pleno do STJD. Na formação com Renato  Augusto e Jadson, Elias forma uma dupla defensiva com Ralf e é responsável por ajudar o sistema defensivo.

Contra o Goiás, ambos se lançaram ao ataque e muitas vezes deixaram Anderson Martins e Gil sozinhos no campo de defesa. Diante de adversários mais qualificados, Elias tem dois motivos para não jogar tão à frente. O primeiro é o risco que se corre.

“Para ter produção ofensiva melhor você tem de correr um pouco mais de risco. Hoje [quinta] valeu a pena. Hoje a equipe se colocou com superioridade. Às vezes quando você dá isso a outro adversário ele pode aproveitar melhor, te impor uma dificuldade maior que não te deixa dominar”, disse Mano Menezes.

O outro motivo é de ordem técnica. Segundo Mano, o avanço de Elias pode ser neutralizado pelos rivais. “É muito difícil que se consiga fazer em um jogo fora de casa a chegada de seu volante à frente. Não é porque não se queira fazer, mas você vai ver que no Rio Grande do Sul o posicionamento do Grêmio já vem com três por dentro, e aí a chegada não é mais na linha da área, é como ponta”, disse Mano, explicando que o camisa 7 teria de explorar mais as laterais.