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Levir não fixa prazo para time atingir condição ideal e lamenta extracampo

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Vespasiano (MG)

23/08/2014 06h15

O técnico Levir Culpi não esconde sua insatisfação com as atuações do Atlético-MG. Apesar de não ver a equipe mineira muito distante do ideal, o comandante evita fixar prazo para acertar o time em campo e reconhece que o momento conturbado fora das quatro linhas vem influenciando seu trabalho.

Levir diz que o time vem mostrando a cara que ele deseja, mas ainda espera um crescimento nas atuações do Atlético. O treinador considera que mudanças, muitas delas obrigatórias, prejudicam o entrosamento. “A gente vinha com Donizete e Pierre, agora são dois volantes diferentes”, exemplificou.

“Não parece, mas modifica. Tem outro lateral jogando, outro zagueiro, queria ver o Guilherme tendo continuidade. São situações que você tem de administrar, mas que é ruim”, observou o comandante atleticano.

O lateral direito Marcos Rocha, o zagueiro Réver, os volantes Pierre e Leandro Donizete, além do meia-atacante Guilherme, o substituto de Ronaldinho Gaúcho, que deixou o clube, estão lesionados. Na lateral esquerda vinha atuando Emerson Conceição e entrou Pedro Botelho.

Após a derrota para o Flamengo, na quarta-feira, Levir Culpi reconheceu que está devendo melhor trabalho no alvinegro mineiro e que o time não está como o desejado por ele. Porém, o comandante evita falar em prazo para a melhoria da equipe. “Não existe um técnico que fale que vai conseguir fazer o time jogar em três meses, estará mentindo. Eu não sei o tempo necessário para que o time esteja pronto”, afirmou. 

“Duvido que seja possível alguém falar o tempo que precisa para o time render bem. É uma série de fatores. Tem de ter tempo para trabalhar, jogador não pode machucar muito, você tem de encaixar o seu trabalho no elenco. Então este tempo é relativo, tem uma série de situações”, destacou Levir Culpi.

A pressão sobre o treinador aumentou após os dois jogos do time mineiro fora de casa, contra o Figueirense e Flamengo, em que o Atlético conquistou somente um ponto, em Santa Catarina, cedendo o empate em 2 a 2, nos acréscimos, e sofrendo a virada na quarta-feira, no Rio de Janeiro.

Os números mostram que o trabalho de Levir Culpi ainda não surtiu o efeito esperado. O aproveitamento é praticamente o mesmo de Paulo Autuori, demitido no final de abril. O primeiro comandou o time em 23 jogos e teve rendimento de 60,8%. O atual, que trabalhou em duas partidas a menos, tem desempenho de 60,3%.

Levir reconhece que os problemas financeiros do Atlético, que está com quase dois meses de salários atrasados, também tem influenciado no seu trabalho no dia a dia do Atlético. “Claro, por uma infeliz coincidência, quando cheguei, foi o problema financeiro, retenção do dinheiro do clube, foi assim que o presidente nos explicou”, comentou.

“Três, quatro anos atrás, ninguém reclamava. Mas foi infeliz coincidência. Mas é fácil de arrumar, eu confio nele, todos devem confiar, ele tem preocupação com os funcionários, antes dos jogadores, então, tem de dar crédito ao clube. Mas isso não é problemas apenas do Atlético, é do futebol brasileiro”, observou Levir.