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5 motivos para o Inter trocar série inédita por duas derrotas seguidas

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

25/08/2014 06h00

Dez dias atrás, o Internacional comemorava uma série inédita no Brasileirão: cinco vitórias consecutivas sem nenhum gol sofrido e o posto de time capaz de duelar com o Cruzeiro. Mas depois de vencer o Goiás, o time de Abel Braga perdeu para São Paulo e Atlético-MG e parou na tabela. Trouxe de volta as dúvidas sobre sua equipe, as críticas a Rafael Moura.

As derrotas seguidas também são novidades para o Colorado em 2014. Em nenhum outro momento do ano, o Inter passou por um período igual. O UOL Esporte lista cinco motivos para a mutação de um time que não perdia e não sofria gols para outro que não vence.

1. D’Alessandro e Aránguiz sumidos

D’Alessandro e Charles Aránguiz são cérebro e pulmão do Inter, mas não estão decidindo como antes. De acordo com números do Footstats, o argentino errou sete passes diante do São Paulo. O segundo pior desempenho dele no quesito até agora no Brasileirão. Já o chileno, que acerta em média 40 passes por partida, conseguiu 35 contra o Atlético-MG. As jogadas combinadas com laterais e outros colegas de meio-campo não apareceram e esfarelaram um dos pilares do time: o avanço progressivo com posse de bola pelos flancos.

Em Belo Horizonte, D'Ale saiu no intervalo com um desconforto muscular e viu uma cena rara. De fora do campo, conseguiu observar um Inter melhor sem ele. Algo totalmente incomum. Aránguiz seguiu até o fim, mas nem de longe pareceu aquele volante/meia incisivo e com passes precisos - que liquidou com o Grêmio no clássico e ganhou rótulo de fundamental para a equipe.

2. Defesa desatenta

Impecável diante de Flamengo, Santos, Bahia, Grêmio e Goiás, a zaga do Inter deu bobeira. Contra o São Paulo errou a saída de jogo e chegou a levar a culpa. Abel Braga afirmou que o Colorado deu um gol para o time dirigido por Muricy Ramalho. No confronto com o Atlético-MG, ninguém conseguiu parar Diego Tardelli e a tabela com Luan. E olha que Juan e Ernando só acumulam três jogos lado a lado. O camisa 14 ganhou a vaga após atuação irregular de Paulão contra o Ceará, pela Copa do Brasil.

Um dos líderes do vestiário, o experiente Juan deverá ser preservado no próximo jogo do Colorado - diante do Bahia, pela Copa Sul-Americana. Foi dele o erro de passe que deixou a bola enforcada e acabou em gol do São Paulo. E também foi do lado dele - com ausência de Fabrício na marcação, a penetração de Tardelli que resultou em derrota no Independência.

3. Sem ajudinha adversária

Diante de Bahia e Goiás, o Internacional teve uma ajuda extra. Em Salvador, jogando pouco e pecando demais, o time de Abel ganhou quando Marcelo Lomba falhou no chute de Wellington Silva. Um frango providencial. No Serra Dourada, a zaga do Goiás fez contra e também deu três pontos para o Colorado.

D'Alessandro, Abel Braga e outros jogadores chegaram a admitir que o quesito sorte vinha jogando a favor do Inter fora de casa. O 'reforço' extracampo ou sumiu ou cansou.

4. Falta de lógica

Se contra Bahia e Goiás o futebol vermelho foi pouco, é consenso também que diante de São Paulo e Atlético-MG ele foi melhor. Chances claras de gol criadas e rendimento maior, em comparação direta aos triunfos recentes - e não as vitórias antigas. D’Alessandro chegou a dizer que o futebol não é lógico, tentando encontrar uma explicação para o tropeço em casa frente o time de Ganso, Pato e Kaká. Abel Braga falou em decepção total e igualmente abraçou a tese de que o time gaúcho merecia resultados melhores nas duas derrotas que teve.

5. Rafael Moura e a trave

Falar da derrota do Internacional para o Atlético-MG sem citar o gol perdido por Rafael Moura virou impossível. O centroavante, homem de confiança de Abel Braga, perdeu um gol incrível quase em cima da linha e minutos depois viu Tardelli marcar. No jogo com o São Paulo ele tocou pouco na bola e não criou nenhuma chance. Ainda saiu do estádio reclamando do isolamento no ataque.