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Provas de humildade, união e fé forjaram recuperação do Inter no Brasileiro

Do UOL, em Porto Alegre

15/09/2014 06h00

O Inter vinha de quatro derrotas em série, sendo três em casa. A última vitória no Beira-Rio já tinha mais de um mês. Os torcedores protestaram, xingaram e até ameaçaram jogadores durante a última semana. E quando poderia mostrar abalo, o time vermelho renasceu. Neste domingo, venceu o Botafogo por 2 a 0 e tratou de espantar a crise que já pairava no Beira-Rio. Os bastidores da recuperação tiveram momentos de humildade, união e fé.

Foi o técnico Abel Braga o responsável por revelar parcialmente o que aconteceu. Segundo ele, momentos que provaram a união do grupo e o profissionalismo marcaram os últimos dias. Todos, juntos, buscaram a recuperação que aconteceu em campo.

"Nosso grupo é muito unido. Aconteceram coisas fantásticas nesta semana, nestes três dias que antecederam o jogo. Muitas provas de profissionalismo, de humildade. Este foi o motivo para eu ter falado na sexta-feira que morreria abraçado com minha equipe. Normalmente sou assim, mas ainda mais por causa destes caras. Eles são fantásticos. Nós merecíamos estar em uma posição melhor. Mas também não estamos por erros nossos. A responsabilidade é minha, e tenho um grupo sensacional, o torcedor precisa saber disso", afirmou.

Abel se negou a detalhar os momentos de humildade. Mas eles podem ter partido de jogadores que perderam posto no time. Rafael Moura, Dida, Alan Patrick, todos foram titulares e importantes no elenco, mas hoje já não são.

"Não vou citar, é algo muito nosso, mas muito bacana. Foram duas situações que me encantaram muito, duas provas claras de humildade. E com isso conseguimos a vitória. Falei para eles [jogadores] que hoje falaremos para nossos filhos que vencemos. Poderemos sair para jantar. Quando se perde, se fica recolhido. Quem não quer ouvir besteira fica em casa. Mas hoje poderemos jantar com a família", disse o técnico.

A fé que sempre acompanha Abel também esteve presente. Após o time regressar para o segundo tempo, o treinador permaneceu mais alguns minutos no vestiário, rezando. Antes da partida, esteve na igreja orando pelo sucesso que veio mais tarde.

"Sempre vou à igreja, ganhando ou perdendo. Não é superstição, é fé. Tenho em qualquer situação. Sou dependente disso. Quando perdi meus pais, eu agradeci a Deus. Eles estavam doentes, sofrendo, era o momento deles irem. É assim. A fé é algo que sempre me acompanha", finalizou.

A união no elenco vermelho, nas palavras do comandante, forjaram a vitória que recolocou a equipe no G-4. Com 37 pontos, o Inter terá pela frente na próxima quarta-feira o Sport, em Recife, às 21h.