Topo

Sheik explica vergonha da CBF e cita erros da arbitragem: "nem em pelada"

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/09/2014 16h35

Emerson Sheik voltou a se manifestar sobre a "vergonha" da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os árbitros escalados pela entidade para comandar jogos do Botafogo no Campeonato Brasileiro foram alvos.

Sem fugir de polêmica e com ironia, o camisa 7 alvinegro mostrou calma ao ressaltar a incompetência do juiz Igor Benevenuto e pediu que os cartolas revejam a preparação dos profissionais que apitam as partidas da competição nacional.

O atacante se envolveu em polêmica com a CBF durante derrota do Botafogo para o Bahia, por 3 a 2. O atacante foi expulso no início do segundo tempo. Antes, ao receber cartão amarelo, o dedicou à CBF: "esse é pra você”. Ao deixar o gramado do Maracanã após levar o vermelho, ele disparou. “CBF, você é uma vergonha! Vergonha! Vergonha! Vergonha!".

O camisa 7, que havia marcado os dois gols do Botafogo na partida, gesticulou bastante com o juiz após ser expulso e foi contido pelos companheiros. Na manhã desta quinta-feira, o árbitro Igor Benevenuto informou – na súmula – que foi chamado de "safado, sem vergonha". O seu ataque contra a CBF também foi relatado.

RESPOSTA DA CBF - “Eu não acredito em perseguição. Acredito na incompetência. Muito animador saber que o presidente da CBF está insatisfeito. As medidas da CBF, como atleta, espero que existam. Espero que arbitragem seja profissional, como nós jogadores que acordamos cedo e vamos trabalhar. A esperança é que CBF se posicione para profissionalizar a arbitragem. Enquanto atletas estão focando no Brasileiro, alguns árbitros estão dentro de uma sala ou escritório com outro tipo de problema”.

VERGONHA DA ARBITRAGEM - “No calor da partida, com adrenalina a milhão, o desabafo se torna mais agressivo. Vergonha é coletiva, dos atletas, dos torcedores. Ver a arbitragem incapaz é difícil. Nem nas peladas de Nova Iguaçu ele teria condições de apitar. Não são profissionais e não deveriam estar no Brasileiro. Todo dia vou ao clube trabalhar. É isso que a CBF precisa rever”.

OFENSAS AO ÁRBITRO - “Então tenho que ir para a igreja. Quem, dentro de campo, não fala um p..., um f...? Fica complicado. Pelo amor de Deus. Todo mundo fala um p... Não se está agredindo. É uma força de expressão. Foi em um momento de descontentamento por falhas grotescas, você perde o controle. Não está certo, mas ai é botar tudo na balança”.

SEQUÊNCIA DE ERROS CONTRA - "Não é o erro do jogo com o Bahia, mas os que ocorrem ao longo do campeonato. Tudo relatado por atletas, por mim mesmo. Há poucas semanas, teve pênalti contra o Ceará que eu me manifestei contra. Não tem nada a ver com esse do Bahia. É algo de muito tempo".

LIBERDADE DE EXPRESSÃO - "O atleta tem direito a se manifestar. Talvez o melhor momento nao seja aquele, mas os atletas devem opinar e fazer parte da discussão".

CARTÕES RECEBIDOS - "Acho que mereci alguns deles. Por outro lado, não quero ser diferente. Sou atleta que dou trabalho. Jogo para vencer. Dou meu melhor. Por isso, o árbitro deve estar preparado para atletas de alto nível. Nossa arbitragem não está. Alguns árbitros vêm de forma diferente para apitar jogos de alguns atletas. Cada um tem seu perfil. Sou aguerrido, agressivo, mas individualizam alguns atletas. Isso é prejudicial".

FUTEBOL CHATO - "Não sei se é isso. Uma coisa certa é que sempre fui apaixonado pelo que faço. Meu sonho era ser profissional e é muito triste ver isso hoje. O que mais sonhei, até pelos meus próprios filhos, ver tudo isso que está acontecendo. Ver que há rejeição com os atletas quando eles abrem a boca para opinar. Não sei porque a gente não pode desabafar. Não podemos opinar sobre a CBF? Não podemos participar da discussão? Vejo que tem críticas muito mais pesadas do que a que fiz. Porquê não posso falar? Porque esse tabu? Vergonha é punir porque o jogador se expressou. Não quis ser polêmico. Só falei o que acho. Muitos acham isso, mas não têm coragem de falar".