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Arrependimento e mágoa: Luxa reencontra Fluminense após dez meses

Rodrigo Paradella e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

20/09/2014 06h10

O clássico deste domingo (21) entre Flamengo e Fluminense, às 16h, no Maracanã, marca o reencontro do técnico Vanderlei Luxemburgo com o Tricolor após dez meses da sua demissão. O atual comandante rubro-negro não esconde a mágoa com o rival e já se mostrou arrependido algumas vezes por ter trabalhado nas Laranjeiras contra a vontade do presidente Peter Siemsen e de boa parte da torcida.

Uma possível vitória no confronto é vista de forma especial. Além da manutenção dos bons números desde que retornou ao time da Gávea, Luxa tem no clássico uma questão pessoal. A exemplo do que viveu na passagem anterior pelo Flamengo, o treinador foi fritado e demitido depois de nove jogos sem triunfar no Fluminense.

A trajetória nas Laranjeiras foi complicada desde o início. Por conta de reconhecidamente torcer pelo Flamengo, Vanderlei sofreu resistência instantânea do presidente Peter Siemsen e da maioria dos torcedores quando Celso Barros optou por sua contratação durante o Campeonato Brasileiro de 2013.

Os primeiros resultados quebraram algumas barreiras, porém, a queda de rendimento rapidamente complicou o panorama. Com uma sequência de jogos sem vitória, Luxa foi fritado nos bastidores por jogadores e diretoria. As ligações de jornalistas para perguntar se ainda era técnico do Fluminense o incomodavam bastante, já que os dirigentes demoravam a emitir posição oficial.

A forma como foi desligado do cargo e as críticas dos cartolas deixaram Luxa oito meses na “geladeira” até voltar para tirar o Rubro-negro da lanterna do Brasileirão. O treinador considerou equivocada a forma como foi tratado e se incomoda com o caso até os dias atuais.

“O Peter Siemsen [presidente do Fluminense] não é firme. Eu não deveria ter ido quando ele disse que não gostaria de me contratar por eu ser rubro-negro. Mas me envolvi com o Celso Barros [presidente da Unimed], um cara legal. Cedi e fiz um contrato. Perdi para o Corinthians e fui mandado embora. O Fluminense não cairia comigo lá. Mas, como o Peter era candidato, me mandou embora para dizer: “Fui eu, Peter, que não deixei o Fluminense cair”. Mas reconheço que ele é bom. Está preocupado em recuperar o clube”, afirmou Luxa, recentemente, ao Jornal Extra.

Com uma espécie de clima de revanche, o experiente técnico reencontra o time do seu último trabalho e talvez o adversário preferido na atualidade. Provar que os tricolores estavam errados e conquistar mais um triunfo pelo clube do coração são os principais objetivos que Luxa vai levar ao banco de reservas do Maracanã. Tudo para virar uma página incômoda da carreira.