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R. Moura desencanta após 9 jogos, Inter vence Atlético-PR e segue no G-4

Do UOL, em Porto Alegre

20/09/2014 20h23

O jejum de gols do ataque do Internacional acabou neste sábado, na Arena da Baixada. Em um jogo que teve o campo bastante afetado pela chuva, Rafael Moura desencantou e garantiu a vitória diante do Atlético-PR, por 1 a 0. A seca do centroavante já durava nove partidas, mas acabou e garantiu o Colorado no G-4 na 23ª rodada do Brasileirão independente de resultados paralelos.

A vitória empurra o time de Abel Braga aos 41 pontos, garantindo o terceiro lugar na tabela e eliminando as chances de sair da zona de classificação para Libertadores. Já o Atlético-PR acumula a segunda derrota consecutiva e segue com 28 pontos.

O resultado saiu após o gramado ficar completamente encharcado e o Atlético-PR criar as melhores chances. O time dono da casa chegou a marcar, mas com um toque de mão ao melhor estilo Diego Maradona e o gol na Copa do Mundo de 1986 e o lance foi anulado.

Fases do jogo:

A partida em Curitiba teve só 15 minutos de futebol no primeiro tempo, até o surgimento de uma pancada de chuva e da ausência de drenagem do gramado. Neste período, a velocidade do Atlético-PR foi melhor que o toque de bola do Inter. Os donos da casa criaram uma chance viva com Douglas Coutinho, que finalizou dentro da pequena área, mas Dida fez uma defesa à queima roupa e salvou o Colorado. O próprio Coutinho tentou uma conclusão de bicicleta minutos depois, mas errou o alvo por muito.

O bom momento dos donos da casa arrefeceu com uma influência externa. Uma pancada de chuva gerou poças em todos os quadrantes do campo rapidamente. A drenagem inexistente tornou o confronto em uma briga pela bola a cada metro. Bola presa no acúmulo de água, divididas com dois ou três jogadores envolvidos e vários chutões para frente. Este foi o reflexo da alteração do jogo.

Ineficaz ofensivamente com a bola seca, o Inter se viu pior no piso molhado. Alex chegou a furar em bola na frente da área, claramente enganado pelo efeito da água na grama e em contato com a bola. Eduardo Sasha, contudo, tirou vantagem do terreno bisonho.

Willian Rocha tentou afastar e não conseguiu. A bola ficou no meio do caminho, presa pela água empoçada, e de frente para o gol. Sasha ganhou na corrida e bateu colocado, mas para fora. O lance foi o mais perto de Weverton que o Colorado chegou na primeira etapa.

"A chuva estragou o espetáculo, a bola está ficando presa no campo", criticou Dida na saída para o intervalo. "Prejudica muito, mas isso não pode ser desculpa. É difícil jogar no campo molhado, mas vamos continuar", disse Douglas Coutinho, mais compreensivo com o problema.

No segundo tempo a chuva parou e o gramado melhorou um pouco. Mesmo seguindo com poças d’água, o jogo passou a ter mais bola rolando. E com ela em movimento, o Atlético-PR seguiu criando mais. Hernani, em cobrança de falta, e Willian Rocha, em chute colocado, obrigaram Dida a fazer duas boas defesas.

Aos 15 minutos o time treinado por Claudinei Oliveira chegou a marcar, mas não valeu. Douglas Coutinho saltou para desviar cruzamento da direita e usou a mão para vencer Dida e fazer o gol. O lance foi flagrado pela arbitragem e anulado. O camisa 32 ainda levou amarelo.

O domínio do Atlético-PR não valeu de nada. Em contra-ataque, Alex mandou para área evitando o gramado molhado e as poças. Rafael Moura desviou de cabeça, Valdívia cruzou e o centroavante concluiu. Fim de um jejum superior aos 850 minutos e vitória.

O(s) melhor(es): Marcelo - atacante ganhou todas as disputas com Fabrício e levou muito perigo ao Inter pela ponta direita. Foi o criador de boas jogadas e partícipe dos lances chave do confronto. Dida - goleiro salvou o Internacional com duas grandes defesas, uma em cada tempo, se redimindo após falhar diante do Vitória, três jogos atrás, e virar reserva.

O pior: Fabrício - lateral não conseguiu dar conta de Marcelo e também sofreu com as demais investidas do Atlético-PR pelo lado do campo. Foi dele a falha que permitiu o lance de maior perigo no primeiro tempo, salvo por grande defesa de Dida. O camisa 6 ainda foi nulo ofensivamente.

Chave do jogo: a água - Presentes no campo durante mais de 70 minutos, as poças d'água atrapalharam o andamento do jogo. Afetaram a pressão que se desenhava do Atlético-PR no primeiro tempo. E na etapa final, mesmo sem chuva, o gramado seguiu com acúmulo de água e dificultou lances importantes.

Toque dos técnicos:

Claudinei Oliveira explorou bastante a velocidade e fez a defesa do Inter passar por apuros. Marcelo, Douglas Coutinho e Mário Sérgio (depois Sueliton) exploraram o lado esquerdo defensivo do Colorado e por ali construíram os grandes lances do jogo. O primeiro salvo por Dida, logo no começo. E o segundo anulado por uso da mão de Coutinho para marcar o gol, na etapa final.

Abel Braga repetiu a escalação que empatou o Sport e viu novamente o time ser inofensivo. Aránguiz outra vez foi tímido, D'Alessandro pouco participativo e restou a Eduardo Sasha tentar resolver a carência - com auxílio de Alex. No 4-1-4-1, o Internacional teve dificuldades para segurar o ataque veloz do Atlético-PR e não conseguiu imprimir seu estilo: toque de bola e infiltração.

FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-PR 0 X 1 INTERNACIONAL

Data e horário: 20/09/2014 (sábado), às 18h30min (horário de Brasília)
Local: Arena da Baixada, em Curitiba
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Márcio Luiz Augusto (SP)
Cartões amarelos: Douglas Coutinho (CAP); Fabrício (INT)
Gol: Rafael Moura, aos 35 minutos do segundo tempo

ATLÉTICO-PR: Weverton; Mário Sérgio (Sueliton), Cleberson, Gustavo e Willian Rocha; Deivid, Hernani (Sidcley), Bady e M Guilherme (Marco Damasceno); Marcelo e Douglas Coutinho
Técnico: Claudinei Oliveira

INTERNACIONAL: Dida; Gilberto, Paulão, Ernando (Juan) e Fabrício; Wellington, Aránguiz, Alex, D’Alessandro e Eduardo Sasha (Valdívia); Wellington Paulista (Rafael Moura)
Técnico: Abel Braga