Clássico Cruzeiro e Atlético coloca amizades novas e antigas em 2º plano

O clássico deste domingo, no Mineirão, às 16h, será o quinto nesta temporada. Marcado por três empates sem gols, Cruzeiro e Atlético-MG se enfrentam desta vez, com muitos objetivos e marcas em jogo. Caracterizado pela rivalidade intensa, o confronto fará amigos antigos e novos companheiros esquecerem a cordialidade em busca da vitória. O almejado triunfo poderá até fazer o líder ampliar a sua já folgada vantagem de sete pontos, em caso de tropeço do vice São Paulo contra o Corinthians, e dar rá de alento para o restante da temporada e poderá servir para atrapalhar as ambições dos rivais no torneio nacional.

Uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro, dentro e fora de campo, o clássico entre Cruzeiro e Atlético desperta atenção total dos agentes de segurança pública. A Polícia Militar de Minas Gerais montou esquema especial para garantir a tranquilidade não apenas nas proximidades do Mineirão, mas em toda a capital. Dentro do ‘Gigante da Pampulha’, a torcida do Cruzeiro será maioria absoluta, já que os ingressos estão sendo vendidos na proporção de 90% para cruzeirenses contra 10% dos atleticanos.

Em relação aos personagens do jogo, amigos, que estão em lados opostos, irão se encontrar e trocar cumprimentos, mas quando a bola rolar, a cordialidade ficará de lado. No banco de reservas, Marcelo Oliveira e Levir Culpi, técnicos de Cruzeiro e Atlético, respectivamente, já comandaram os clubes rivais em outros momentos, são velhos conhecidos e amigos próximos. Mas no segundo encontro entre eles em 2014, deixarão para celebrar o companheirismo depois do encontro no Mineirão.

Dentro do campo, como protagonistas, três jogadores criaram uma amizade recente graças à seleção brasileira. Diego Tardelli, Ricardo Goulart e Everton Ribeiro se aproximaram, entre eles e suas famílias, durante viagem para amistosos nos Estados Unidos. “Tenho essa facilidade de ter relacionamento das pessoas independente de ser rival nosso, se joga no Cruzeiro”, disse o camisa nove atleticano. “No momento que estivemos juntos, me aproximei do Everton e do Goulart. As esposas saíram para fazer compras juntos. Mas dentro de campo cada um cuida do seu lado”, acrescentou Diego Tardelli.

Destaques do Cruzeiro, a dupla mostra mais frieza ao falar da amizade com o rival e garante que deixarão o companheirismo para o final do clássico. “Não conversamos, vamos concentrar bem, pois vai ser um jogo bem difícil”, destacou Everton Ribeiro. “Tardelli é grande jogador, fiz amizade com ele na seleção, grande pessoa, mas clássico, principalmente dentro de casa, espero que o Cruzeiro possa fazer grande jogo e vencer”, ressaltou Ricardo Goulart, que volta ao time celeste depois de ficar de fora contra o Atlético-PR.

O Cruzeiro chega para o duelo como o grande favorito. Dono do melhor futebol do Brasil, a equipe celeste lidera o Brasileirão com folga, com 49 pontos, sete a mais do que o São Paulo, segundo colocado. O time cruzeirense traça como objetivo se manter na ponta com ampla vantagem e, para isso, vencer o clássico é de grande importância.

Uma vitória diante do Atlético, neste domingo, será importante, mas por outra situação. O Cruzeiro ainda não bateu o rival nesta temporada. Nos quatro confrontos anteriores, foram três empates, todos pelo Mineiro, onde o clube se sagrou campeão, encerrando dois anos de hegemonia atleticana. Mas no primeiro turno do Brasileirão, a vitória foi alvinegra por 2 a 1.

Incentivos para vencer o maior rival não faltam ao Cruzeiro. A partida deste domingo será a de número 50 do time no novo Mineirão, onde a equipe perdeu somente duas vezes neste período. A força ofensiva faz o torcedor crer na vitória, já que a média no Gigante da Pampulha é de 2,5 gols por jogo.

“Jogo importante clássico de tamanho nacional. A gente sabe sempre quando joga Cruzeiro e Atlético é jogo bom de ser visto, de qualidade. Vai ser um jogão, tende a ser um grande clássico e a gente pensa em fazer a nossa parte”, disse o zagueiro Léo.

Por sua vez, o Atlético tem motivos de sobra para ter motivação extra para o confronto. O time alvinegro nunca triunfou sobre a equipe celeste no Mineirão, desde a sua reinauguração em 2013. Foram quatro encontros, com três vitórias azuis e um empate. Neste período, houve até uma goleada do Cruzeiro por 4 a 1, quando a equipe atleticana atuou com reservas e vinha de comemoração do título da Libertadores.

O Atlético entrará em campo com um objetivo definido, vencer para, além de atrapalhar o bom momento celeste no Brasileirão, tentar diminuir a vantagem do rival na liderança, manter o embalo e ficar ainda mais próximo do G4 do torneio. “Vai ser assim, no domingo, tentar atrapalhar a classificação do Cruzeiro no campeonato. E é bom para gente também, porque termos mais jogos em Belo Horizonte”, ressaltou Tardelli.

O alvinegro mineiro chega ao duelo embalado com a vitória sobre o Goiás, fora de casa e apostando no bom momento ofensivo do time, que terá força máxima com os retornos de Tardelli e Luan, poupados na quinta-feira e as boas atuações de Dátolo, Carlos e Guilherme. Por outro lado, as lesões ainda preocupam. Levir Culpi não terá 11 atletas machucados e até conta com problema para o meio de campo, já que perdeu Claudinei e Josué e Pierre se recuperaram recentemente de lesões e não vivem o melhor momento fisicamente. No Cruzeiro, apenas Júlio Baptista, machucado, é baixa recente. Ricardo Goulart, que cumpriu suspensão volta ao time titular.

CRUZEIRO x ATLÉTICO-MG

Data: 21/9/2014 (domingo)
Horário: 16h (de Brasília)
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ)
Auxiliares: Rodrigo Pereira Joia (Esp 1-RJ) e Rodrigo F. Henrique Correa (Esp 1-RJ)
 
Cruzeiro
Fábio; Mayke, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Everton Ribeiro e Ricardo Gouart; Alisson e Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira
 
Atlético-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Emerson Conceição; Pierre (Josué), Leandro Donizete, Luan, Dátolo (Guilherme); Diego Tardelli e Jô (Carlos)
Técnico: Levir Culpi