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Pato rende mais que Jadson. Mas troca fez Corinthians evoluir mais que o SP

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

21/09/2014 06h00

Quem mede a importância de Alexandre Pato e Jadson para os times de São Paulo e Corinthians, hoje, são Muricy Ramalho e Mano Menezes: pudessem escalar cada um em cada time, Pato fatalmente seria titular no domingo, no clássico em Itaquera, enquanto o meia não necessariamente estaria entre os 11 corintianos. Hoje, Pato é um dos protagonistas da equipe e integrante do badalado quarteto ofensivo, enquanto Jadson vive fase de menos brilho e perdeu a vaga absoluta na equipe. Mas o resultado da troca, de quanto valeu para cada clube, não é assim tão claro. Em sete meses, o Corinthians evoluiu muito mais com Jadson do que o São Paulo com Alexandre Pato.

Pato e Jadson não se enfrentam neste clássico porque uma cláusula contratual da troca não permite. O São Paulo perde um titular absoluto. O Corinthians perde um reserva – apesar de ter jogado como titular contra a Chapecoense, no meio da semana – e escalará Renato Augusto.

É fato que, sete meses depois da troca, Pato rendeu mais do que Jadson. O atacante jogou 27 jogos e marcou 11 gols – 8 neste Brasileirão. Foram 16 vitórias, 4 empates e 7 derrotas, com aproveitamento de 64%. Jadson, que atuou no Paulistão, jogou 32 vezes e fez 7 gols – 16 vitórias, 11 empates e 5 derrotas: aproveitamento de 61%.

A questão na análise é a contribuição de cada jogador para o clube que defende desde fevereiro. O São Paulo melhorou muito com Pato em boa fase, mas também foi muito mal com o atacante escalado fora de sua função ideal. Na comparação, o São Paulo com Pato, que marcou 64% de aproveitamento, é pouco superior ao time que jogou sem o camisa 11 em 2014. Foram 9 vitórias, 6 empates e 4 derrotas sem o atacante em campo, aproveitamento de 58% -  diferença de 6% a menos do que com ele.

No Corinthians, a influência de Jadson nos números é enorme. Se com ele o time de Mano Menezes marca 61% de aproveitamento, sem ele a marca é de apenas 39% (4 vitórias, 2 empates e 6 derrotas) –  a diferença, no caso corintiano, é de 22%, quase quatro vezes mais do que o poder de influência de Pato.

Quanto cada clube paga por isso?

Passados sete meses, a balança financeira da troca favorece o São Paulo. Alexandre Pato está emprestado até dezembro de 2015 pelo Corinthians, que aceitou pagar metade de seus salários para firmar o negócio. Gasta R$ 400 mil dos R$ 800 mil/mês totais. Jadson também está emprestado, mas só até o fim do ano. Depois, será jogador corintiano definitivamente. Enquanto isso o Corinthians paga a totalidade dos vencimentos do meio campista. Segundo o alvinegro, a diferença entre o que pagava para Pato antes do empréstimo e o que paga após a troca para Pato e Jadson foi reduzida em R$ 150 mil, o que significa que Jadson recebe R$ 250 mil do clube.

No fim das contas, o São Paulo está pagando R$ 400 mil/mês por Pato enquanto o Corinthians paga R$ 650 mil/mês para os dois atletas. Passados sete meses desde a concretização do negócio, o São Paulo gastou até aqui R$ 3,2 milhões. A despesa do Corinthians é de R$ 5,2 milhões – até aqui, o clube do Morumbi gastou 61% do que pagou o rival.

Pato ainda é do Corinthians. Jadson será do Corinthians

Alexandre Pato ainda é jogador do Corinthians. Até o fim do ano, a multa rescisória de seu contrato é de 15 milhões de euros (R$ 45 milhões). Se o São Paulo ou outro clube quiserem comprá-lo, este é o valor mínimo para encerrar o empréstimo. A partir de 2015, este multa cai para 10 milhões de euros (R$ 30 milhões).

Jadson tinha contrato até dezembro de 2014 com o São Paulo e não renovaria – o clube do Morumbi o perderia de graça, sem ser indenizado. O meia também está emprestado ao Corinthians, mas firmará acordo definitivo com o Corinthians para 2015. A partir de janeiro, o Corinthians será detentor dos direitos econômicos dos dois jogadores.

Caso Pato seja vendido para outro clube durante o empréstimo, o São Paulo só receberá dinheiro se houver lucro no saldo da operação corintiana entre compra e venda de Pato. Isto é: o São Paulo terá direito a 10% do lucro do Corinthians se Pato for vendido, durante o empréstimo, por valor superior a 15 milhões de euros. Se o jogador sair, por exemplo, por 18 milhões de euros, caberá ao São Paulo 300 mil euros, correspondentes à parcela de 10% dos 3 milhões de euros de lucro (o Corinthians pagou 15 milhões de euros ao Milan).