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Relato em súmula de violência no Mineirão ameaça rivais mineiros de punição

Do UOL, em Belo Horizonte

22/09/2014 06h00

Ao relatar problemas com “artefatos explosivos”, atirados por torcidas organizadas dos rivais mineiros, na vitória do Atlético-MG sobre o Cruzeiro, por 3 a 2, neste domingo, no Mineirão, a súmula do árbitro Marcelo de Lima Henrique abre a possibilidade para punição aos dois clubes. No Brasileirão do ano passado, em jogo disputado pela 28ª rodada, no Independência, uma briga entre integrantes da Máfia Azul e da Pavilhão Independente, gerou a perda de mando de campo para os times cruzeirense e atleticano.

No confronto em 2013, também pelo Brasileirão, mas no Independência, problemas envolvendo torcedores dos dois rivais foram registrados. O fato levou os dois clubes a serem julgados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e receberam punições, que tiveram de ser cumpridas no começo do torneio nacional nesta temporada.

A briga a época aconteceu entre integrantes da Máfia Azul e da Pavilhão Independente, que voltaram a se confrontar posteriormente, no Mineirão.  O fato gerou a perda de dois mandos de campos por parte do time celeste. O Atlético, por ser o mandante do clássico também contou com a perda de um mando de partida.

O fato gerou mudança de comportamento do Cruzeiro. A diretoria celeste passou a abrir mão da carga de 10% de ingressos a que tem direito quando o mando de campo é do rival, para evitar novos problemas e punições. O Atlético, ao contrário, manteve sua carga mínima de torcedores para os duelos no Mineirão, o que aconteceu no domingo. 

Um ano depois, em novo clássico, os problemas voltaram a se tornar realidade, mas desta vez no Mineirão. O juiz Marcelo de Lima Henrique relatou em súmula, após a vitória do Atlético, por 3 a 2, que membros das torcidas organizadas Galoucura, do Atlético, e Pavilhão Independente, do Cruzeiro, se confrontaram no Estádio e atiraram “artefatos explosivos” que geraram até a paralisação do jogo, ainda no primeiro tempo.

O fato ocorrido no Mineirão poderá fazer com que os dois rivais sejam denunciados pela Procuradoria do STJD e que tenham de enfrentar novos julgamentos. Caso punições efetivamente aconteçam, Atlético e Cruzeiro poderão ter que jogar fora de Belo Horizonte partidas em momentos decisivos do Brasileirão.

Os problemas envolvendo as torcidas rivais não ficaram restritas à parte interna do Mineirão. Do lado de fora, o Atlético teve dificuldades para entrar no Estádio, antes do clássico. Torcedores celestes atiraram latas de cervejas e foi necessário a intervenção da Polícia Militar que escoltava o clube.

“Fiquei decepcionado quando chegamos, o ônibus foi apedrejado, os policiais deram tiro, gás lacrimogêneo, pedras. Não sei quem inventou essa situação, com três mil torcedores Atlético podem entrar contra 55 mil do Cruzeiro. Se foi jogo único, porque entra torcedor do Atlético? Não deveria acontecer”, criticou o técnico Levir Culpi.

“O que a PM espera que eles façam, que vão cumprimentar a torcida do Cruzeiro. As minhas filhas dizem, pai agora você está no Brasil. Nossa chegada foi ridícula, passamos do lugar de entrada e apedrejaram o ônibus. Isso tudo tem apenas uma palavra, que é a responsabilidade do governo, educar o povo”, ressaltou o comandante atleticano. Durante a confusão na parte interna do Mineirão tentou acalmar a torcida atleticana pedindo para que parassem de arremessar bombas em direção aos cruzeirense.

Nas ruas de Belo Horizonte os confrontos entre as torcidas também foram registrados. Quatro torcedores atleticanos, que estavam em um ponto de ônibus, ficaram feridos, no centro da capital mineira. De acordo com a PMMG, duas pessoas em uma moto Titan preta dispararam tiros contra torcedores atleticanos que estavam em ponto de ônibus, na Avenida do Contorno.

O episódio ocorreu próximo ao quartel do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas. No momento, torcedores atleticanos aguardavam ônibus que os levariam ao Mineirão. Um dos quatro torcedores feridos, foi baleado no pé direito, um outro na perna e o terceiro no braço e outro no ombro. 

Antes dessa ocorrência, com quatro feridos, a comandante de policiamento da capital, coronel Cláudia Romualdo relatou que foi necessária a intervenção preventiva da Polícia Militar para evitar que cerca de 200 integrantes da Galoucura chegassem à sede da Pavilhão Independente para “brigar”. Dentro do Mineirão, no entanto, houve o confronto.