Atlético-MG vence Santos, com drama no final, e entra no G4 pela 1ª vez

Com dois gols em que a sorte esteve do seu lado, o Atlético-MG venceu o Santos, por 3 a 2, na noite desta quinta-feira, no Independência, ampliando para quatro jogos invictos, com três vitórias e um empate, Pela primeira vez na atual edição do Brasileirão o time atleticano chegou ao G4, com 40 pontos, mesmo número de Grêmio e Corinthians, quinto e sexto colocados, mas em vantagem no saldo de gols e na quantidade de vitórias, respectivamente. O alvinegro mineiro chegou a abrir 3 a 0, no início do segundo tempo, mas permitiu a reação santista, que fez dois gols e teve chances para empatar até o finalzinho da partida.

Já o Santos continua sem triunfar como visitante, o que não acontece desde maio. Dessa forma, o time santista se manteve com 33 pontos, a sete do G4 e a oito do Palmeiras, que abre a zona de rebaixamento. A equipe santista, que vinha de duas vitórias e um empate, teve sua série invicta quebrada, sofrendo sua nona derrota. Antes do início da partida, o goleiro Aranha foi homenageado pela torcida atleticana.

Ele foi aplaudido e ouviu gritos com o seu nome, em apoio ao atleta que foi vítima de ofensas raciais no jogo em que o Santos venceu o Grêmio, por 2 a 0, pela Copa do Brasil. “Para ser sincero, fico contente, isso acaba incentivando as crianças que vem ao estádio, é importante o respeito com o outro, não precisa me aplaudir, gritar meu nome, só de respeitar o adversário já está passando uma mensagem boa”, afirmou.

As fases do jogo:O Santos começou melhor do que o Atlético-MG, causando problemas para o sistema defensivo dos donos da casa, logo nos minutos iniciais. Aos 3 min, Victor teve que disputar fora da área com um atacante adversário, aliviando o perigo. Dois minutos depois, Leandro Damião, de cabeça, mandou a bola para fora. Quando o gol santista parecia questão mde tempo, o alvinegro mineiro surpreendeu e fez o gol, por meio de Diego Tardelli, que deu a impressão que queria cruzar da esquerda e encobriu Aranha.

Em vantagem no placar, e com o incentivo da sua torcida, o Atlético equilibrou as ações e contou com a sorte para ampliar o marcador, aos 23 min, quando Cicinho marcou contra, ao tentar cruzamento da direita executado por Marcos Rocha. O alvinegro mineiro voltou a ter sorte, dois minutos depois, mas dessa vez na defesa. Leandro Damião acertou bicicleta, Victor fez a defesa e a bola ainda tocou no travessão. O Atlético-MG criou várias outras boas jogadas ofensivas, com erros de finalização. Aos 39 min, a bola entrou pela terceira vez, com André, mas o lance foi anulado, por impedimento de Carlos.

O Santos voltou com Geovânio no lugar de Robinho e, em contra-ataque, aos 4 min, Geuvânio bateu da direita e acertou a trave.  Dois minutos depois, Caju chutou forte e Victor defendeu, O santos voltou melhor que os donos da casa, pressionando em busca do empate. Repetindo a história do começo da primeira etapa, o Atlético fez o terceiro gol quando era dominado. Guilherme bateu rapidamente a falta e Tardelli aproveitou bem para vencer Aranha. Pouco depois, André fez outro gol, mas que foi anulado por impedimento. O tento do Santos, valeu. Aos 16 min, de cabeça, foi marcado por Thiago Ribeiro, reanimando o time paulista. A partida seguiu aberta, com as duas equipes buscas o gol e desperdiçando oportunidades. Aos 39 min, Geuvânio fez o segundo gol.

O melhor: Diego Tardell – Fez dois gols, movimentou-se muito e participou das principais jogadas ofensivas do Atlético-MG, confirmando que atravessa boa fase.

O pior: Cicinho – Fez um gol contra ao tentar cortar cruzamento de Marcos Rocha e esse lance o desestruturou. Nervoso, deu espaços às suas costas para as jogadas em velocidade do ataque atleticano. Robinho, que era dúvida, com dores musculares, entrou em campo, mas teve atuação apagada.

A chave do jogo: Gol atleticano quando o Santos era melhor – O gol de Diego Tardelli, aos 12 min, mudou a história do jogo, porque saiu quando o time santista estava melhor em campo, levando perigo ao gol defendido por Victor. Treze minutos depois, houve a infelicidade de Cicinho, que fez gol contra, dificultando a situação da equipe visitante. No restante do primeiro tempo, o Atlético abusou do direito de criar e desperdiçar chances de gols. No segundo tempo, quando o Santos era melhor novamente, o time da casa fez o terceiro gol, complicando para os visitantes, que não desistiram. Thiago Ribeiro descontou para a equipe santista.

Toque dos técnicos – Enderson Moreira, treinador do Santos, tirou Robinho, que foi dúvida para o jogo, no intervalo, substituindo-o por Geuvânio e, depois colocou Gabriel na vaga de Leandro Damião, tornando o time mais leve e rápido. Já Levir Culpi, quando perdeu Dátolo, no primeiro tempo, por contusão, colocou o atacante André e demorou na etapa final a reforçar o sistema de marcação, deixando dessa forma, sua equipe exposta. Daí, o sufoco no final para segurar o triunfo, por 3 a 2.

Para lembrar:

Aranha aplaudido. O goleiro Aranha recebeu manifestação de apoio de boa parte da torcida atleticana, que o aplaudiu quando entrou em campo, no Independência, para fazer seu aquecimento, tendo ainda o seu nome gritado em coro pelos atleticanos. A iniciativa, combinada pelas redes sociais, a partir de uma sugestão da Galo Queer, foi um desagravo ao camisa 1 santista, que já defendeu o alvinegro mineiro, pelas injúrias raciais de que foi vítima por parte de torcedores gremistas, que custaram a eliminação do time gaúcho da Copa do Brasil.

Mais aplausos para Aranha.O apoio do torcedor atleticano não ficou restrito ao aquecimento. Antes do início da partida, e já com maior público no Estádio, os aplausos e os gritos, em coro, de Aranha foram mais fortes.

Velhos e novo desfalque.O Atlético-MG entrou em campo com 12 desfalques, sendo que Luan, com fratura em duas costelas, e Emerson Conceição se contundiram na vitória sobre o Cruzeiro, por 3 a 2, no último domingo. A sina atleticana de perder jogadores por lesão continuou e, aos 30 min do primeiro tempo Dátolo deixou o gramado, com dores no pé direito, sendo substituído por André. O meia argentino iniciou imediatamente tratamento com gelo.

Santos não quebra jejum como visitante. O time do Santos confirmou, nesta quinta-feira, a sua dificuldade como visitante. A equipe não vence fora de seus domínios desde maio, antes da Copa do Mundo, contra o Bahia. Depois disso, foram sete derrotas e um empate. No geral, sem o mando de campo, foram dois triunfos, três empates e sete derrotas.

ATLÉTICO-MG 3 X 2 SANTOS

Data: 25/9/2014 (domingo)
Local: Independência, Belo Horizonte (MG
Árbitro:  Rodrigo Alonso Ferreira (SC)
Auxiliares: Alessandro A Rocha de Matos (BA) e Angelo Rudimar Bechi (SC)
Cartões amarelos: Alisson. Edu Dracena (Santos); Pierre, Carlos (Atlético-MG)
Gols: Diego Tardelli, aos 12 min, Cicinho (contra), aos 23 min do primeiro tempo; Diego Tardelli, aos 10 min, Thiago Ribeiro, aos 16 min e Geuvânio, aos 39 min do segundo tempo

Atlético-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Josué, Dátolo (André) e Guilherme (Pierre); Diego Tardelli e Carlos
Técnico: Levir Culpi

Santos
Aranha, Cicinho, Edu Dracena, Neto e Caju; Alison, Arouca, Lucas Lima e Robinho (Geuvânio); Leandro Damião (Gabriel) e Thiago Ribeiro (Victor Ferraz)
Técnico: Enderson Moreira