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Flu tenta resolver carência por atacante veloz e já tem solução caseira

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/09/2014 06h02

Escancarada por uma reclamação do camisa 9 Fred após o empate por 1 a 1 com o Flamengo no último domingo, a carência do elenco do Fluminense em relação a um atacante de velocidade virou tema de discussão nas Laranjeiras na última semana. Mas, no que depender do técnico Cristóvão Borges, a solução pode estar no próprio elenco: o jovem Kenedy, de 18 anos.

Sem chances antes da chegada de Cristóvão, Kenedy fez 12 de suas 13 partidas no ano após a troca de Renato Gaúcho pelo atual treinador. O atacante ganhou ainda mais chances nos últimos jogos:  participou de seis dos oito compromissos mais recentes do Tricolor, inclusive o empate por 0 a 0 com o Grêmio na quarta-feira, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.

A atuação de Kenedy contra o time gaúcho foi motivo de elogios de Cristóvão, que admitiu que busca no jogador o atacante de velocidade que tanto tem feito falta ao Fluminense. O Tricolor procura alguém para realizar a função desde a saída de Wellington Nem, no meio do ano passado, tendo, inclusive, tentado o seu retorno durante a última Copa do Mundo.

“Ele, por característica, dá isso [velocidade]. Tem força e é rápido. Não é velocista, mas é rápido. É uma alternativa e por isso tem entrado nos últimos jogos”, avaliou Cristóvão, que, depois, procurou minimizar a necessidade de um jogador com essas características.

“Nesse período que estou aqui não tivemos esse jogador e fizemos 40 gols, não é esse desastre todo que tem se falado. Ele tem sido essa alternativa que precisamos. No jogo do Cruzeiro foi da mesma forma. Tem força, é rápido e tem um bom chute. Contra o Grêmio por pouco não fez mais um gol”, elogiou o treinador.

Não coincidentemente, a busca por dar mais movimentação ao ataque com um jogador mais veloz resultou na perda de espaço por parte de Walter, uma das principais opções ofensivas do Fluminense no primeiro semestre. Entre dores no joelho e opções do treinador, ele atuou apenas em uma das últimas oito partidas do Tricolor na temporada contra seis de Kenedy.

“Os jogos têm pedido uma movimentação, procurar jogadas fortes pelo lado de campo. O Cícero tem um tempo de chegada na área muito bom, torna necessárias jogadas de lado de campo. O Walter é um jogador mais fixo. O Kenedy não, se movimenta mais”, analisou Cristóvão, que também explicou porque preteriu Biro Biro, muitas vezes pedido pela torcida.

“Falou-se muito na coisa do jogador de velocidade. Ele [Biro Biro] é rápido. Mas, até onde sei, ele não teve tanta sequência de jogos. Nesse momento não vamos pegar o Biro Biro para dizer que vai resolver isso. Não botamos essa responsabilidade nele. Tem muita gente responsável para resolver. Ele contribui, mas não é ele quem vai resolver”, explicou o treinador.

Apesar da ponderação de Cristóvão sobre a falta de experiência de Biro Biro, a decisão parece ser mais uma questão de preferência do treinador. O atacante de 19 anos tem mais partidas como profissional que Kenedy (40 contra 22) e o mesmo número de jogos no ano, 13, além de ser mais velho. Além disso, só participou de três compromissos da equipe desde que o comandante chegou às Laranjeiras.

A boa atuação de Kenedy contra o Grêmio deve render mais uma oportunidade para o atacante, desta vez contra o São Paulo, às 21h deste sábado, no Morumbi. Ele, no entanto, ainda precisa provar se pode ser titular do ataque tricolor ao lado de Fred.