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Levir critica possível pena: "Futebol sem torcida é igual dançar com irmã"

Do UOL, em Belo Horizonte

26/09/2014 06h15

A possibilidade de o Atlético-MG perder até 20 mandos de campo, por conta da confusão entre as torcidas rivais Galoucura e Pavilhão Independente, na vitória sobre o Cruzeiro, por 3 a 2, no Mineirão, foi bastante criticada pelo Levir Culpi, que pediu "bom senso". “Futebol sem torcida é igual dançar com a irmã”, salientou o experiente treinador. Atlético e Cruzeiro serão julgados pela 3ª comissão disciplina do STJD, na próxima quarta-feira, por causa de bombas atiradas por torcidas organizadas dos dois times.

Para o técnico atleticano, os jogadores não podem pagar pelos erros dos torcedores. “Acho ofensivo, um desrespeito para os atletas profissionais, para o clube, ter de jogar sem a sua torcida, não existe isso no futebol. Não tem como fechar o campo, só alguns entrarem em campo”, disse Levir Culpi.

Ele não perdeu a oportunidade de criticar a ação das autoridades policiais e pediu punição para os torcedores que participaram das confusões. “Eles não conseguem pegar os bandidos e nós quem vamos pagar? Quem vai pagar a conta? Eu? Os jogadores? Cruzeiro? Quem tem de pagar, são os caras bagunceiros”, afirmou.

“Na Arábia Saudita eles cortam a mão do ladrão. Sabe quantos ladrões tem lá? Raramente se vê um. Falta punição. Não que eu seja a favor de ser extremista com isso. Mas se não houver uma confiança em cima da polícia, se ela não prender quem tem de prender, nunca vai haver paz nos estádios”, ressaltou Levir.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) marcou para a próxima quarta-feira, 1º de outubro, o julgamento dos incidentes ocorridos no clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, domingo passado, no Mineirão. Os clubes foram denunciados por infração dupla no artigo 213 e podem ser punidos com perda de até 20 mandos de campo, além de multa até de R$ 200 mil.

A denúncia utilizou como prova a súmula do árbitro Marcelo de Lima Henrique, que paralisou o jogo aos 41 minutos da primeira etapa alegando que "ouviu estouros de artefatos explosivos" originários da divisão das duas torcidas e de que, segundo informações da Polícia Militar, teriam arremessado objetos uma contra a outra, além de nota divulgada pela Minas Arena, que citou cerca de 100 cadeiras quebradas.

 

Cada infração possui pena de multa de até R$ 100 mil e a perda de até 10 mandos de campo. A procuradoria também pede a aplicação do artigo 69-B do Regulamento das Competições que prevê a aplicação de portões fechados caso sejam punidos com a perda de mando de campo.

O comandante atleticano pediu para que a possibilidade de punição do STJD seja revista pelo órgão de justiça desportiva. “Como não temos educação, temos de apanhar da polícia e ser preso. Mas quem vai pagar são os jogadores, que vão jogar sem torcida. Mas sinceramente, de bom senso, até mesmo as punições precisam ser revistas”, afirmou Levir Culpi.