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O coach palmeirense não é só um motivador. Ele também cobra produtividade

Lúcio comemora após abrir o placar para o Palmeiras sobre o Vitória no Pacaembu - VINICIUS PEREIRA/Folhapress
Lúcio comemora após abrir o placar para o Palmeiras sobre o Vitória no Pacaembu Imagem: VINICIUS PEREIRA/Folhapress

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

27/09/2014 06h01

Não são só os contratos palmeirenses que usam a produtividade como método. No melhor estilo Paulo Nobre, Lulinha Tavares, coach contratado após a goleada vexatória por 6 a 0 para o Goiás, também desenvolve um trabalho baseado em metas. Não à toa, rejeita o rótulo de apenas “motivador”.

O UOL Esporte conversou com atletas que já estiveram em trabalho com Lulinha. Eles explicaram que o trabalho desenvolvido por ele se divide em duas frentes.

A primeira é no aspecto coletivo. Ele apresenta vídeos, fotos e depoimentos baseados em histórias impactantes. Após a goleada para o Mirassol em 2013, por exemplo, mostrou a história de pessoas deficientes físicas que conseguem cumprir tarefas que parecem impossíveis.

Por vezes, mostra o sofrimento da torcida, de familiares e sempre tenta fazer com que os atletas entrem em campo com uma mentalidade diferente.

A outra frente é a individual. Lulinha desenvolve metas pessoais para cada um dos atletas. Foi assim que ele conseguiu levantar o Figueirense no trabalho que fez no início da década, entre 2011 e 2012.

Aloísio, o Boi Bandido, esteve entre os atletas que trabalharam diretamente com ele e explica que o papo vai muito além de “vai lá, você pode fazer isso”.

“Eu trabalhei com ele e fizemos um belo campeonato no Figueirense. Eu não estava bem, não fazia gols e vivia uma péssima fase. Ele trabalhou comigo individualmente e me perguntou várias coisas. Primeiro, queria saber onde eu queria jogar. Eu avisei que era em um time grande. E aí começamos um trabalho diferente com isso na cabeça”, explicou.

“Estabelecemos times que eu queria jogar e começamos a fazer metas. Eu tinha número de gols para fazer, número de impedimentos que poderia ficar, para estimular minha concentração, meta de passe certo, de assistência, de cartão... Não é só uma motivação. É um trabalho complexo e muito bom”, completou. “Converso com ele até hoje”.

O primeiro trabalho parece ter dado resultado. O Palmeiras bateu o Vitória por 2 a 0 e deu o primeiro passo para escapar da degola. Neste domingo, o time será colocado à prova mais uma vez, desta vez, contra o Figueirense.

“O trabalho dele foi interessante, foi uma sugestão da diretoria, foi muito legal. Mas não adianta tudo isso se não fosse os nossos trabalhos em conjunto, o esforço dos jogadores também”, afirmou Dorival Jr.