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Jovens e até renegado viram solução para Flu após lesões na zaga titular

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/10/2014 06h00

A bruxa está solta na zaga do Fluminense. A dupla formada por Gum e Henrique no Fluminense animou os torcedores após passar quatro jogos sem sofrer gols logo depois da Copa do Mundo, mas foi desmanchada por lesões. Com os dois em recuperação de cirurgias recentes, porém, a defesa tricolor agora está nas mãos de dois jovens (Elivélton e Marlon) e Fabrício, o jogador mais contestado pela torcida no atual elenco.

E esse cenário não deve mudar tão cedo. O primeiro dos titulares a voltar deve ser Gum, operado há pouco menos de um mês. Ele tem retorno previsto para o fim de outubro, enquanto Henrique, que passou por cirurgia na última terça, só deve estar à disposição do técnico Cristóvão Borges em novembro, na reta final do Campeonato Brasileiro.

Uma das opções para evitar ficar com apenas três zagueiros no elenco em um dos períodos mais importantes da temporada seria a contratação de um novo jogador para a posição, mas esta parece ser uma saída improvável. O Tricolor já procurava por um defensor quando Gum se lesionou, no início de agosto, mas desistiu por ter encontrado dificuldades no mercado. Além disso, a janela para inscrições no Campeonato Brasileiro se encerra nesta sexta-feira.

O lado positivo desta situação é o bom rendimento apresentado pela dupla formada por Elivélton e Marlon nos últimos jogos. Revelados em Xerém, eles têm 22 e 19 anos, respectivamente, e formaram uma defesa segura contra os fortes Grêmio (empate por 0 a 0) e São Paulo (vitória por 3 a 1). O ponto negativo é a falta de experiência do mais novo, que está apenas na primeira temporada como profissional e atuou em apenas 12 partidas, e só começou jogando em sete delas.

Elivélton e Marlon esperam usar o fato de terem vindo das divisões de base do Fluminense como trunfo para superar o desafio. Os dois eram de categorias diferentes, mas se conhecem muito bem dos tempos de Xerém.

"Facilita o entrosamento. Eu e Marlon nos conhecemos há muito tempo, isso ajuda para caramba. Vamos dar conta do recado. Lutamos muito por essa chance, agora é segurá-la e manter o foco para que tenhamos uma sequência vitoriosa", disse Elivélton.

Renegado é único reserva

Além de ter dois jovens como titulares absolutos, a defesa do Fluminense está carente de opções para a reserva.  O único jogador que Cristóvão terá no banco nas próximas partidas para o setor é o renegado Fabrício, que chegou a ficar fora até mesmo da lista de suplentes em jogos após a má atuação diante do América-RN, em derrota por 5 a 2 que tirou o Tricolor da Copa do Brasil nas oitavas de final.

Fabrício voltou a ser relacionado nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, justamente porque Henrique já havia começado a apresentar problemas físicos que o levaram a ter o joelho operado na última terça. O contestado suplente, no entanto, sequer participa de uma partida oficial desde o dia 13 de 13 de agosto, data da traumática derrota para o América-RN no Maracanã.

O zagueiro deve ter mais oportunidades a partir de agora, uma vez que o Fluminense só teria como solução subir outros jogadores da base, opção arriscada em uma reta final de Campeonato Brasileiro dada a inexperiência dos garotões. Aos 24 anos, Fabrício chegou às Laranjeiras em maio com a promessa de melhorar sua imagem após passagens apagadas por Flamengo, Palmeiras, Vasco e Hoffenheim-ALE, entre outros, mas conseguiu atuar por apenas três partidas desde então.

Curiosamente, o técnico Cristóvão Borges tem mais goleiros à disposição que zagueiros, algo incomum de acontecer. O treinador conta com Diego Cavalieri, Kléver, Felipe Garcia, Júlio César e Marcos Felipe para o gol, e apenas Elivélton, Marlon e Fabrício na zaga. É esperar que eles deem conta do recado durante o próximo mês.

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